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segunda-feira, 3 de março de 2025

A nomenklatura de Bruxelas quer a guerra por temer a liberdade:

(Viriato Soromenho Marques, in Blog Azores Torpor, 27/02/2025)

(A cambada lá conseguiu calar o Viriato na sua coluna semanal que mantinha, há anos, no Diário de Notícias, Andava a ser demasiado incómodo a abrir os olhos aos carneirinhos. Pelos vistos o homem agora tem que publicar em blogs de muito menor visibilidade. Mas há sempre alguém atento. Pelo que, agradeço ao José Catarino Soares ter-nos chamado a atenção para este excelente artigo.

Estátua de Sal, 03/03/2025)


“O medo de ser livre provoca o orgulho em ser escravo” – Dostoievski

Com a vitória de Trump, e a intenção por ele manifestada, muito antes das eleições, de prevenir o risco de uma guerra nuclear, seria de esperar que o apaziguamento procurado pelo país líder da NATO junto da Rússia, fosse saudado, também nos países da União Europeia, como um baixar de tensão, que afasta o risco de escalada. Isso significaria antever não só o desvanecer do perigo do uso de armas nucleares, como também poupar milhares de vidas entre as forças combatentes ucranianas e russas. Mas é o contrário que acontece. A multidão dos dirigentes europeus entrou numa angústia narcisista por terem sido arredados das discussões de paz, nesta fase apenas confinadas a Moscovo e Washington. Para além das inqualificáveis Ursula von der Leyen e Kaja Kallas, também o português António Costa quer que os ucranianos continuem a derramar sangue na sua perdida guerra contra a Rússia. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou mesmo temer que “a paz na Ucrânia seja mais perigosa do que a guerra em curso” (Ver aqui ). Pensaríamos que estaria preocupada com a possível anexação da Gronelândia pelos EUA, mas não é isso que ocorre.

Ainda existem fortes obstáculos à concretização de um acordo de paz na Ucrânia, entre Washington e Moscovo. Todavia, se eles forem removidos, com o fim da guerra na Ucrânia os governos europeus perderão a frágil cola que os une e o bode expiatório, ocultador da sua incompetência e seguidismo em relação à administração Biden, responsável por uma avalanche de consequências económicas e sociais negativas. Os sacrifícios dos povos europeus ainda estão no seu início. A recessão alemã, em aprofundamento, chegará também a Portugal, Espanha e outros campeões do belicismo. O fanatismo de Mark Rutte, em defesa da transformação da economia europeia numa economia de guerra, será derrotado nas ruas das cidades europeias. Há demasiado sofrimento social acumulado. Basta ver o estado lastimoso do que sobra do Estado social em Portugal, bem como o modo como todos os partidos de governo (PS, PSD e CDS) transformaram o nosso país no campeão da OCDE em inacessibilidade à habitação.

 A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, com os presidentes da Comissão, Ursula von der Leyen, e do Conselho, António Costa

Para António Costa e seus pares, a Guerra da Ucrânia deveria ser eterna. Dezenas de milhares de soldados poderiam continuar a morrer todos os meses para protegerem, com o holocausto dos seus corpos, o cordão de imunidade que assegura à nomenclatura europeia a tranquilidade do seu mando. Mas a vitória russa no campo de batalha convencional – que não seria preciso ser um génio militar para perceber como inevitável desde o dia 24 de fevereiro de 2022 – vai colocar os governantes europeus no desabrigo de enfrentarem os seus eleitorados apenas com o esfarrapado escudo da sua mediocridade.

A servidão voluntária perante os EUA parece ter acabado. Trump, com todo o seu brutalismo, nunca escondeu não respeitar quem não se dá ao respeito, como é o caso dos caricatos governantes europeus. Como já escrevi há muitos meses, se Biden ou Kamala tivessem ganho as eleições presidenciais norte-americanas, a guerra da Ucrânia poderia terminar numa escatológica guerra mundial. 

Com a vitória de Trump, o perigo é outro. O atual presidente dos EUA tem fortíssimas probabilidades de ser assassinado. É provável que, nesse caso, se abram discretas garrafas de champanhe em Bruxelas. Contudo, a segunda guerra civil americana, que resultaria do eventual assassinato de Trump, seria um incêndio que ninguém pode antecipar até onde estenderia o seu rasto de destruição.

Fonte aqui

Do blogue Estátua de Sal 

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