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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

E de repente, os media corporativos tornaram-se putinistas:

(António Gil, in Substack.com, 02/02/2025)


Isto segundo seus próprios critérios recentes…

Não era assim que eles designavam todos os que – como eu – sempre entenderam que a Ucrânia não tinha a mínima chance contra a Rússia? bem vindos então ao clube, novatos.

O próprio Budanov, aliás está sob inquérito do SBU – os serviços secretos ucranianos – suspeito de putinismo tardio por ter afirmado que a Ucrânia provavelmente colapsaria em 6 meses. Claro, ele já disse que não disse tal coisa. No entanto disse, caso contrário por que razão ele vai ser investigado.

O SBU, por esta medida, ainda não se converteu ao putinismo, portanto. Mas Budanov não é o primeiro – nem será o último – dirigente ucraniano a tomar seu chá de realismo e ler seu futuro nas folhas que repousam no fundo da chávena.

Artigos recentes dos títulos ‘jornalísticos’ têm aparecido fazendo soar os alarmes. Claro que acrescentam sempre seus ‘ses’: se os EUA pararem com a ajuda à Ucrânia é o mais glosado. Se a NATO não intervier. Se Zelensky não autorizar o recrutamento de garotos de 18 anos. Se, se, se…

Longe vão os tempos de fé ilimitada nas armas miraculosas do ocidente, no colapso económico da Rússia, nas facas afiadas dos homens fortes do Kremlin contra Putin. Também já ninguém parece acreditar que bombardear a Rússia profunda fará mais do que enfurecer ainda mais os russos.

O ‘Putinismo’ surge assim como o destino natural dos consideravam que a Ucrânia simplesmente não poderia perder. A menos, claro que se redefina o conceito de putinismo, o que já está a ser feito. Putinistas são os outros, os que falaram antes do tempo, antes da autorização para dizerem o que agora se diz.

E daqui vamos para onde? Sacrifício do bem estar social, diz Mark Rutte, o chefão da NATO, compra de armas e mais armas para que não acabemos todos a falar russo.

A NATO passou de organização militar ofensiva – ela não foi atacada nem pela Jugoslávia, nem pelo Afeganistão, nem pelo Iraque, nem pela Líbia, portanto falar de defesa nesses casos é absurdo – para uma agremiação anti-poliglota.

Aprender a falar novas línguas – diz-se – é ainda uma maneira de prevenir a doença de Alzheimer, tal como fazer palavras cruzadas ou solucionar sudokus. Mas bom, a elite ocidental não está preocupada com a saúde física nem mental dos seus cidadãos e tem dado provas abundantes que pelo contrário, aposta cada vez mais na disfunção cognitiva.

Pela minha parte não estou porém disposto a deixar os novos Putinistas escapar do clube que eles próprios criaram para os outros. Vamos pois dar as boas vindas ao grupo aos novos membros lembrando-lhes que são recém-convertidos e devem obediência aos membros mais velhos desde cada vez maior e mais poderoso grupo.

Fonte aqui.

Do blogue Estátua de Sal 

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