Os nossos pastores, os
verdadeiros, aqueles que nos dizem o que devemos pensar e são os donos dos
púlpitos da manipulação da opinião pública conseguem fazer-nos convencer que
somos uns párias europeus, uns zésninguéns que envergonham a pátria por ainda não
termos recebido em território nacional a honra de um verdadeiro infetado com o
coronavirus - um Don Sebastião que tussa e fale para as tvs de um quarto a
partir de um telemóvel, mas acham normal e não merecedor de uma lembrança o
facto de sermos o único estado europeu herdeiro da civilização do capitalismo
ocidental que não tem uma ligação por TGV ao centro da Europa! Quem ouvir as
Tvs ficará convencido que os portugueses preferiam um coronavirus certificado
do que um TGV, que consideram mais grave um assalto de uns adeptos enraivecidos
a um campo de treinos de futebol do que a entrada de uns grunhos de moto e
capacete a acelerar num cemitério. Uns, uns estão a ser julgados como
terroristas por terem profanado o balneário dos craques. Os grunhos profanadores,
gozam com os cidadãos e com as memórias dos seus mortos.
O problema nacional é o luto
pelas equipas de futebol terem sido afastadas das provas europeias!
A normalidade democrática está,
no entanto e felizmente garantida por um presidente de uma câmara, que descobre
ao fim de mais de trinta anos de estudos, de quatro ou cinco anos após a
decisão tomada, que um aeroporto de recurso sobre uma velha base aérea afinal é
uma ofensa ao povo da sua autarquia e invoca a lei em seu favor. Cumpra-se! O
homem tinha estado ausente do planeta e chegou agora à Moita! Resta a certeza
que os aviões não ficam eternamente no ar...
Tenho de escrever ao presidente
da câmara da minha terra, Vila Nova da Barquinha a solicitar que corte o Tejo
na parte que diz respeito ao nosso concelho, porque os vizinhos do
Entroncamento fazem muito barulho com os comboios e espantam os saveis que ali
navegam por estas alturas do ano!
Carlos Matos Gomes
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