Rádio Freamunde

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quarta-feira, 11 de julho de 2012

O amigo certo conhece-se na acção incerta. (Quinto Ennio):


Antigamente dizia-se que o Omo lavava mais branco. Hoje temos a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a fazer esse trabalho, na pessoa do seu Presidente, Carlos Magno. E quando a roupa (Relvas) chegou à sua mão para ser lavada, Carlos Magno, viu que vinha limpa e até engravatada. O que se usa dizer um primor. Pena foi não a mandar para a "lavandaria" da Assembleia da República, Comissão de Inquérito, para ali ser bem torcida como é uso as máquinas de lavar fazer. Assim, quando ali chegou já estava demolhada. Era só uma pequena torcedela. O líquido tinha a marca PSD/CDS.   
Tinha consideração e gostava de ouvir Carlos Magno na rádio (A1) onde semanalmente com Carlos Amaral Dias ou no Contraditório tinha posições com os quais concordava. Não olhava a cores, azul, vermelha ou outra, se estivesse suja, dizia que estava suja, se fosse o seu contrário dizia-lo com frontalidade. Para ele eram todos iguais. Quando se ouve assim pessoas é fácil anuir com elas.
Quando foi eleito para presidente da ERC vi essa escolha como uma recompensa para pessoas verticais. Fiz um texto dando a minha satisfação por tal escolha. Entendo que lugares destes devem ser por mérito e não por amiguismos ou cartões partidários.
Esperava por uma decisão de relevo por parte da ERC. E dizia para os meus botões: pode haver contradições e votos de favor mas, por parte de Carlos Magno, isso não acontece. Tem a sua vida e carreira à base da sua luta e sacrifícios e homens assim só têm um lema: verticalidade.
Que decepção sofri. Naquele naipe considerava igual a Carlos Magno, Arons de Carvalho. Os outros, não os conhecia, a não ser Raquel Alexandra de um ou outro programa na SIC. Arons de Carvalho que me desculpe por tão fraca comparação. Andava com um peso na consciência e várias vezes me incriminava por tão má percepção.
Depois ver uma pessoa em que tudo aponta que fez pressão com a jornalista tentar lavar-se na comissão de inquérito, ontem, dia 10/07/12. 
Dizer que a ERC não deu como provado haver pressão mas não menciona que Carlos Magno julgava que no inquérito constava que houve pressões inaceitáveis. Faz-me lembrar as escutas ao apito dourado. Não tem valor jurídico mas ninguém nega ser a sua voz que consta na gravação.
Um dia num autocarro repleto de passageiros uma senhora teve um descuido e soltou um traque ficando comprometida com tal acto. Nesse autocarro viajava o Bocage que ao ver o desconforto da dita senhora resolveu salvar a situação dizendo em voz audível: - o traque que esta senhora deu não foi ela, fui eu. Quase me apetece dizer que foi o que Carlos Magno pretendeu fazer para salvar a face de Miguel Relvas.
Se eu estivesse no lugar de Carlos Magno depois da trapalhada em que se meteu só tinha um caminho: demitia-me. 
Não pode basear-se em pressupostos. Julgar em que lá estava escrito que houve pressões inaceitáveis para com a jornalista e depois verificar que nada disso constava é imperdoável. 
Um presidente que assina um documento tem de saber o que lá está escrito porque depois não falta quem pense que a gravata bonita tinha segundas intenções: o “Engraxanço e o Culambismo Português” como escreveu há tempos Miguel Esteves Cardoso num texto a denunciar que essa forma de vida têm razão de ser. 
Cada vez mais me convenço que não há almoços grátis. Neste mundo tudo se cobra.
Tenho pena que tenha acontecido com Carlos Magno. Agora vejo que criticar é fácil. Difíceis são as decisões.

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