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quinta-feira, 12 de julho de 2012

À Comissão de Festas:


As Sebastianas de dois mil e doze foram um êxito. Não é que as que as antecederam também não tenham sido. Só que derivado à conjuntura política, crise e desconfiança do rumo do País levasse a que festeiros e população de Freamunde receassem que iam ser de fraca qualidade. Mas o punhado de jovens que compunham a Comissão de Festeiros (Sebastiões), tudo fizeram para contrariar os nossos receios.
Puseram todo o empenho e sacrifício durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Falava com alguns e perguntava como estavam a decorrer os eventos que durante o ano punham em cartaz e diziam que julgavam que ia ser pior. É um facto que se espera sempre o melhor. Mas saber valorar o sacrifício dos Freamundenses que estão sobrecarregados com peditórios seja para que colectividade for fica-lhes bem. Os Freamundenses também compreendem a responsabilidade que é pertencer à Comissão das Sebastianas e é esse o motivo por que fazem das tripas coração quer uns quer outros para que as Sebastianas sejam o cartaz a que estamos habituados.

Foto da Comissão de Festas Sebastianas
 com o Pároco de Freamunde
(Padre Brito)
O carinho que antes umas horas as voluntárias/os empregam no arranjo do tapete ao longo de tudo o percurso da procissão o que não é pouco. Só para dar uma ideia passa dos dois mil metros. Ir a acompanhar a procissão e ver a devoção que todos prestam ao Mártir S. Sebastião e ficarem petrificados com a beleza dos seus andores, o número de figurantes, o nível do guarda-roupa, as confrarias e representação de todas as colectividades Freamundenses. É reconfortante chegar à segunda-feira de festas e na hora da marcha alegórica ver nos rostos dos Freamundenses e de quem nos visita o seu deslumbramento e alegria estampado nos seus rostos. O que dançam e cantam principalmente quando passam os grupos de samba, de bombos e o Rancho Folclórico a cantar “Ao Freamunde ao Festas Sebastianas”.
Tudo isto é bonito e sentido pelos Freamundenses. Há quem diga que somos um povo sui generis. E não se enganam. Há quem nos visite e não saiba que as Sebastianas têm o suporte dos Freamundenses e que não é uma festa Concelhia. Houve um grupo que actuou, acho que foi os Clã, que quando souberam que tudo é obra da Comissão de Festas e população de Freamunde admiraram-se como é possível. 
A nível de cartaz de espectáculo damos meças aos que se realizam por este Portugal fora. O entusiasmo e afluência são dignos de registo. Os artistas convidados ficam comovidos e agradecidos pela forma como são recebidos. As Bandas Filarmónicas quer a de Freamunde ou a convidada, este ano a de Arcos de Valdevez, ficaram encantadas com a forma que foram aplaudidas, principalmente no concerto nocturno. Depois fica bem a Comissão agraciá-los com uma lembrança de Freamunde. Temos fama de bem receber e vamos preservá-la.
Quando há muitos, muitos anos, um grupo de homens se lembrou de festejar S. Sebastião não lhes passou pela mente a fama que as Festas da Vila – era assim como eram tratadas – vinham a alcançar. Estejam onde estiver, devem sentir orgulho no que legaram a seus “filhos”. Comissão atrás de Comissão tudo fazem para que as Sebastianas sejam uma realidade e êxito. Todos são obreiros. Não há mérito de um ou de outro. Valem pelo seu todo. Quando são eleitos uma grande parte não se conhece mas a partir daí tornam-se numa família. Para pertencer à Comissão é preciso residir em Freamunde. Houve e há muitos que têm laços com Freamunde por causa do matrimónio, por residir derivado ao seu trabalho ou por opção.
Há anos, para aqui permanecerem, levávamo-los a beber água ao fontenário do Agrelo, como secou, ou a sua água está imprópria para consumo, usamos as Sebastianas para essa finalidade. Quem pertencer ou pertenceu à Comissão de Festas Sebastianas nunca mais quer sair de Freamunde. E quem nos visita pela primeira vez nas Sebastianas fica viciado por elas. É da maneira como é recebido ou pela forma como vêem como as vibramos.
Em Freamunde somos assim. Festa na alegria e Alegria na festa.
Foi um punhado de vinte e sete festeiros que tornaram realidade as Sebastianas de dois mil e doze. Freamunde não lhes fica obrigado. É obrigação dos Freamundenses dar-lhe continuidade.

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