(Major-General Raúl Cunha, in Facebook, 19/09/2025, Revisão da Estátua)
Muitas vezes, há alguns dos meus “amigos facebookianos”, que têm o arrojo de comentar e conjeturar sobre os meus ‘posts’, denunciando uma óbvia falta de isenção e informação, motivados vá lá saber-se porquê… Além de ser exibida alguma degradação moral, denotam também algum desrespeito por mim, sabendo eles os princípios que norteiam a minha conduta e o nível de conhecimentos que atingi e que eles nunca conseguiram superar.
Apesar de nunca os questionar diretamente da forma insultuosa e ignorante, como por vezes me interpelam (obviamente que os que assim procedem recebem depois o merecido bloqueio), procuro, na medida das minhas possibilidades, tentar elevar o nível do debate e, por isso mesmo, dedico a esses “amigos” os dois parágrafos que se seguem.
A maioria da informação existente está a ser produzida seguindo a orientação vigente no Ocidente e sob uma poderosa propaganda, que tenta fazer acreditar que se trata de uma situação em que a intervenção ocidental é bem-intencionada e que terá resultados benéficos. As operações de informação (as mais das vezes sob orientação dos serviços da “pérfida Albion”) têm prosseguido sem descanso com aquele objetivo, mas as verdades convencionais e óbvias, sobre a guerra na Ucrânia, que sustentam aquela visão, são facilmente desmontadas quando submetidas a uma inspeção rigorosa, como se viu agora no caso dos ‘drones’ em que foram sendo desmascaradas as suas mentiras, quanto mais se alastravam em fabricar outras fantasias (a dos depósitos suplementares, que nunca foram mostrados pois não podem existir em drones de madeira leve e porosa, é de bradar aos céus).
A aceitação generalizada do desavergonhado apoio e da notória parcialidade demonstrada pelos autores dessas informações assenta, em parte, na habitual subserviência dos meios de comunicação e da comunidade intelectual para com as posições políticas oficiais, mas é também o resultado de uma acentuada estigmatização dos russos como sendo os “novos nazis” ou “os últimos dos soviéticos”, epítetos que na realidade se aplicam com muito maior propriedade à maioria dos dirigentes europeus e seus acólitos.
Assim, uma acrítica veiculação de propaganda anti russa – incluindo rumores não confirmados e desinformação pura e simples – não passou a ser somente aceitável, mas acabou mesmo por render prebendas e sinecuras aos seus autores e, infelizmente, alguns dos meus camaradas de profissão e estatuto não resistiram àquilo que os franceses chamam de “l’appât du gain”.
«L’appât du gain» désigne la cupidité ou l’attrait intense pour l’argent et le profit, qui pousse une personne à agir par pur intérêt matériel, souvent au détriment de considérations morales.
Traduzindo do francês:
«L’appât du gain» refere-se à cobiça ou à atração intensa pelo dinheiro e pelo lucro, que leva uma pessoa a agir por puro interesse material, muitas vezes em detrimento de considerações morais.
Do blogue Estátua de Sal
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