Dia Internacional da Mulher com o impensável a ocorrer no outro lado do Atlântico, onde a realidade vai superando aquilo que as mais imaginativas ficções poderiam sugerir enquanto distopias politicas consistentes com os valores expectáveis para o instável presente. Anuncia-se que Trump e sua camarilha querem retirar o direito de voto a alguns milhões de mulheres casadas, sabendo-as mais renitentes aos “encantos” do seu modelo de “engrandecimento” da América. Bastaria, por exemplo, a disparidade entre o seu apelido na carta de condução com o de recenseada para lhe sonegar o direito ao voto. No fundo, mais uma versão das muitas tentativas republicanas para eliminar do universo eleitoral quem imaginam ser-lhes adverso!
A nova administração está a puxar a corda tão exageradamente para um lado que, provavelmente, acabará por receber o efeito de um ricochete mais eficaz do que as ilusórias reações dos alegados contrabalanços, que poderiam antecipar-se-lhes. Ou será esta a expetativa de um incorrigível Pangloss jamais preparado para aceitar outro tipo de futuro, que não o decorrente das previsões ditadas pelo quase esquecido materialismo dialético?
É um facto: as mulheres chegam ao primeiro quartel deste século numa situação muito mais desfavorável do que o imaginariam as bravas feministas, que lutavam pela igualdade dos seus direitos na época das suas avós. Se parecem algo renitentes a regressarem ao estatuto de fadas do lar, esmorece-lhes a determinação para calarem de vez quem a tal as desejaria fazer voltar. Até quando?
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