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sábado, 8 de março de 2025

"Está nas mãos do Governo não haver eleições", diz Pedro Nuno Santos:

"Há margem para não haver eleições", diz o líder do PS, que faz um apelo ao primeiro-ministro: "Se está preocupado com a estabilidade política no país, não avance com a moção de confiança".

"Temos hoje, de facto, uma crise difícil que tem um único responsável, o primeiro-ministro", disse esta sexta-feira Pedro Nuno Santos, garantindo que o PS foi "sempre contribuinte da estabilidade política em Portugal".

"Luís Montenegro quando decidiu apresentar uma moção de confiança, na realidade, ele decidiu ir para eleições", disse o secretário-geral do PS, referindo que o primeiro-ministro já sabia o sentido de voto dos partidos. "Não podemos estar a responsabilizar o PS" pela crise política, acrescentou o líder socialista.

Pedro Nuno Santos disse que o PS decidiu avançar com uma comissão parlamentar de inquérito à empresa familiar de Montenegro para a clarificação do caso. "É essencial para apurarmos a verdade", defendeu.

"Está nas mãos do Governo não haver eleições, não é nas mãos do PS", vincou.

O líder do PS recordou que o partido tem dito desde 10 de março que não aprova moções de confiança e repetiu que só depende do primeiro-ministro e do Executivo por ele liderado não haver eleições legislativas antecipadas.

"Nos últimos dois dias, o próprio Governo não sabe o que quer. Tivemos o ministro dos Negócios Estrangeiros a pedir ao PS para viabilizar a moção de confiança para haver comissão parlamentar de inquérito. Depois tivemos o ministro da Coesão Territorial a propôr um negócio ao PS: abdiquem da comissão de inquérito e nós abdicamos da moção de confiança. Tivemos mais dois ministros a dizer: abdicar da comissão de inquérito não é suficiente", enumerou Pedro Nuno Santos para dizer que o Governo está "desorientado" e "de cabeça perdida".

Em vez de "atirar o país para eleições", o Governo devia "dar explicações ao povo português", defendeu, à margem do jantar de apresentação da recandidatura de Vítor Hugo Salgado à Câmara de Vizela, no distrito de Braga.

"Infelizmente, Luís Montenegro, em vez de parar com as avenças, prefere parar com o país", disse o líder socialista, referindo-se à notícia do Expresso, que deu conta de que o grupo Solverde pagava 4500 euros por mês à empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, quando era detida pela mulher e filhos.

Segundo o líder do PS, "não basta o primeiro-ministro dizer que a empresa prestou serviços aos seus clientes, quando, neste momento, a perceção que está instalada no país, é de que os serviços não foram prestados ou não foram prestados pelo valor que foi pago e isso é gravíssimo".

"Não é aceitável que tenhamos tido um primeiro-ministro avençado a receber de empresas, sem o correspondente trabalho prestado a essas empresas", afirmou.

Ainda assim, Pedro Nuno Santos afirmou que "há margem para não haver eleições" e fez um apelo direto ao primeiro-ministro: "Se está preocupado com a estabilidade política no país, não avance com a moção de confiança". Se for esse o caso, o PS garante que não aprovará moções de censura, disse. "E já chumbámos duas", recordou.

"Se, de facto, o primeiro-ministro não está preocupado com o país, está preocupado em evitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, então nós temos um problema e temos mesmo de mudar de primeiro-ministro", considerou Pedro Nuno Santos.

 Susete Henriques

No DN

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