De que tanto falam os fautores do estado actual de desnorte, de derrota e irrelevância da Europa não são, bem entendido, os russos, mas os regimes incompetentes que parece tudo terem feito para o descrédito mundial da UE, para a crescente regressão e penúria económica e para uma violência social marcada pela pauperização, fenómeno jamais visto no continente desde o colapso do Euromundo, em 1945. A derrota europeia na guerra da Ucrânia não foi a causa, mas o derradeiro e mais expressivo sintoma de males que se vinham a acastelar há mais de 30 anos e aos quais os regimes e os seus responsáveis não souberam dar resposta. Empurrados para fora da arena internacional, expulsos de África, do Médio Oriente e agora da Ásia, onde ainda há poucas dezenas de anos eram desejados, admirados e ouvidos, aos Estados europeus resta pouco tempo antes que o eclipse os trague no esquecimento e até no desprezo da comunidade internacional. A intervenção ontem feita por Macron foi a todos os títulos patética, tudo indicando que os líderes europeus, tão alienados pelas ilusões e pela hybris de quem nada terá compreendido, insistem em atribuir-se um papel que o mundo lhes nega. A compulsão na ingerência dos assuntos dos outros esconde, no fim de contas, a incapacidade europeia de olhar para si mesma.
Umas de maior importância que outras. Outrora assim acontecia. É por isso que gosto de as relatar para os mais novos saberem o que fizeram os seus antepassados. Conseguiram fazer de uma coutada, uma aldeia, depois uma vila e, hoje uma cidade, que em tempos primórdios se chamou Fredemundus. «(Frieden, Paz) (Munde, Protecção).» Mais tarde Freamunde. "Acarinhem-na. Ela vem dos pedregulhos e das lutas tribais, cansada do percurso e dos homens. Ela vem do tempo para vencer o Tempo."
Rádio Freamunde
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