(Whale project, in Estátua de Sal, 01/12/2024, revisão da Estátua)

(Este artigo resulta de um comentário a um texto que publicámos sobre a tomada de posse de António Costa como Presidente do Conselho Europeu (ver aqui). Pela sua atualidade, e pela justeza das suas considerações – que a visita de hoje de Costa a Kiev só vem justificar ainda mais -, resolvi dar-lhe destaque.
Estátua de Sal, 01/12/2024)
Costa desistiu de Portugal por não ter a espinha direita e ter medo de ter um destino pior que Robert Fico.
Desde os tempos de Judas Iscariotes que a raça dos traidores se refinou. Os traidores de hoje não têm crises de consciência e garantidamente não acabam a pôr uma corda ao pescoço num campo comprado com o dinheiro da traição.
Os taidores conseguem bons tachos e Costa tem certamente motivos para sorrir e se rir de todos nós e disto tudo. Está tudo a correr a bom ritmo para quem quis lançar Portugal nas garras desta direita torta.
O Orçamento de Estado para 2025 foi aprovado, apenas e só, porque o PS regressou aos tempos da “abstenção indignada” de António José Seguro. Por essa altura nem sequer havia razões para isso. A dupla Coelho/Portas tinha maioria absoluta pelo que, Seguro, podia mostrar uma posição decente contra orçamentos devastadores para quem vivia do seu trabalho; não esquecer que nenhum ordenado, incluindo o miserável salário mínimo, aumentou nesses anos e, as reformas, nem as mais pequenas aumentaram.
Mas o maior partido da oposição quis mostrar que afinal de contas até concordava com esse “ir para além da troika”. Mas sabia que se votasse abertamente a favor de tais barbaridades poderia perder votos para a “esquerda radical”. Garantia um velho socialista – daqueles que militam no PS porque ser abertamente de direita parece mal -, que essa era a atitude correta para “não sublevar a população”. Valha, a gente dessa, um burro aos coices.
O PS foi domesticado. O país jaz nas garras de uma direita disposta até a imolar-nos nas estepes ucranianas – se tal for exigido por quem realmente manda -, e Costa deve estar a pensar o que, segundo o mito fundador de Israel, pensou o rei amalequita: “decerto já se afastou de mim a amarga experiência da morte”.
Certamente, Costa terá melhor destino que o tal amalequita que terá sido retalhado à espadeirada por um sumo-sacerdote sanguinário e ensandecido. E é o saber isso que o faz tão risonho. Muito daquele riso é mesmo o riso de alívio de quem saiu de uma experiência de quase morte. Ele lá sabe o que ouviu no tal telefonema. Mesmo assim, quem se mete a político, sabe ao que vai e que o risco de morte faz parte da vida.
Costa não teve espinha, traiu o seu país e o seu povo e isso é sempre condenável. Quantos anos espera continuar nos mares desde mundo com a idade que já tem? Valeu a pena ter-nos brindado com um Primeiro-ministro destes? Um bandalho que disse que a vida das pessoas não estava melhor, mas que o país estava melhor, e que quem estivesse mal devia mudar-se?
Agora o PS abstém-se num orçamento que, não sendo tão devastador como os orçamentos fascistas, aumenta reformas miseráveis abaixo da inflação e tira aos pobres para dar aos ricos, trocando investimentos em saúde e educação por descidas no IRC.
E, se esta gente não tiver juízo – que até não tem -, teremos como próximo Presidente da República um almirante que está convencido que impediu uma grande invasão russa pelo Sul. E que está disposto a mandar-nos a todos para a morte em nome da NATO. Em resumo, alguém que precisa de ajuda psiquiátrica de um profissional qualificado.
Talvez tenhamos o que merecemos, depois de tantos atestados psiquiátricos passados ao presidente russo. Mas que custa a roer, custa. Valha-nos um burro aos coices.
Do blogue Estátua de Sal
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