Pedro Nuno acusa "bando de delinquentes" do Chega de trazer a anarquia à AR.
PAN
pondera queixa-crime Já o líder da Iniciativa Liberal acusou o partido de André
Ventura de “um ato de vandalismo” e de “infantilidade” por ter colocado tarjas
nas janelas da fachada da Assembleia da República.
O líder do PS
acusou esta sexta-feira o "bando de delinquentes" do Chega de terem
trazido a anarquia ao parlamento e de desrespeitarem a democracia, considerando
que perante este ambiente é preciso verdade e sentido de Estado dos restantes
políticos.
Pedro Nuno Santos
falava aos jornalistas no final da votação final global do Orçamento do Estado
para 2025 (OE2025) e alertou para "um ambiente político em Portugal que é
grave", como hoje considerou que ficou demonstrado com os pendões que o Chega
colocou na fachada do parlamento.
Considerando
"importante que quem governa em nome da AD revele sentido de Estado",
Pedro Nuno Santos acusou o ministro da Educação de "manipulação de
números" sobre o número de alunos sem professor e o primeiro-ministro de
"utilização da propaganda" na sua declaração desta semana, afirmando
que não estão "a fazer bem à nossa democracia".
"Não é só o
bando de delinquentes que nós temos aqui e que despeitaram a Assembleia da
República, desrespeitaram a democracia e desrespeitaram os portugueses",
disse.
Segundo o líder do
PS é preciso que "todos os outros políticos que não se reveem no
comportamento nem na atitude dos deputados do Chega revelem sentido de
estado".
"Verdade
perante os números e sentido de estado cada vez que um primeiro-ministro se
dirige ao país. Nós temos essa obrigação", defendeu.
O PS, segundo o seu
líder, não tem "medo destes delinquentes nem da anarquia que trouxeram à
Assembleia da República".
"Nós vamos
combater porque isto é um desrespeito para com os portugueses. O Chega está
sempre a falar da lei e da ordem, mas o que tivemos aqui foi desrespeito pela
lei e pela ordem, pelas regras", criticou.
PAN pondera avançar
com queixa-crime contra o Chega
O PAN está a
ponderar a apresentação de uma queixa-crime contra o Chega por causa dos
pendões que colocou esta sexta-feira na fachada da Assembleia da República,
tendo já decidido levar esta questão à reunião da conferência de líderes.
Numa declaração aos
jornalistas no parlamento, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, considerou
que a ação do Chega "não deve ficar inconsequente" e salientou que o
"estatuto dos deputado prevê, inclusive, a suspensão" nestes casos.
Sousa Real
argumentou que esta ação "é suscetível de ser considerada crime" e
que o partido levará "sem qualquer receio da intimidação do Chega"
este tema a debate na conferência de líderes para que o parlamento possa
avaliar a possibilidade de avançar com uma queixa-crime "por uma
apropriação abusiva nunca vista em democracia".
"Se quisermos
projetar a bandeira da Palestina até hoje em respeito para o dia que hoje
assinalamos pela eliminação da violência e pela paz na Palestina, se quisermos
ostentar uma bandeira LGBTI, nada disso é permitido sem o consenso das várias
forças políticas desta Assembleia da República. E o Chega arroga-se assim o
desrespeito total pelas leis que regem o nosso país", disse.
A deputada lamentou
o "dano financeiro que foi causado à AR e aos bombeiros que tiveram de se
deslocar por conta desta ação irresponsável" e o "desrespeito pela
segunda figura do Estado que pediu ao grupo parlamentar que retirasse as tarjas".
O partido criticou
também o que diz ser o "desrespeito feito a deputadas e deputados"
por parte dos parlamentares do Chega bem como a permissão para "pessoas
que são alheias a esta circularem pelos corredores e entrem nos gabinetes de
outros deputados".
"Já é a altura
de pormos um ponto final neste comportamento absolutamente abusivo e iremos
fazê-lo isso mesmo na conferência de líderes", concluiu.
Também Paula
Santos, líder parlamentar do PCP, assegurou, numa declaração posterior à de
Sousa Real, que o partido levará o assunto à conferência de líderes.
Rui Rocha:
"Chega? Estes 50 deputados comportam-se como uma turma de repetentes"
O líder da
Iniciativa Liberal (IL) acusou os deputados do Chega de se comportarem “como
uma turma de repetentes” e o partido de André Ventura de “um ato de vandalismo”
e de “infantilidade” por ter colocado tarjas nas janelas da fachada da
Assembleia da República.
“A IL está nesta matéria à vontade, votou
contra o fim dos cortes nos salários dos políticos. Quem não respeita o
património do país não respeita a história de Portugal. Isto é um ato de
vandalismo, similar ao que vemos do Climáximo. Neste momento os bombeiros estão
a retirar as faixas que foram colocadas e não estão a prestar a assistência a
quem precisa. É uma infantilidade. O Chega não tem moral para falar nesta
matéria. Pacheco Amorim, vice-presidente da Assembleia da República, tem
motorista e veículo permanente ao seu dispor e não prescindiu desses serviços,
ao contrário do que fez o vice-presidente indicado pela Iniciativa Liberal.
Quem vai pagar o serviço dos bombeiros? Estes 50 deputados comportam-se como
uma turma de repetentes. Os portugueses devem punir André Ventura e o Chega nas
urnas”, afirmou Rui Rocha.
A representante do
Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, não quis dar protagonismo ao tema.
“Lamento que haja
quem faça favores ao Governo, desviando as atenções do que interessa ao país,
como a forma falsa como o Governo anunciou que tinha corrigido a falta de
professores”, limitou-se a dizer.
Elementos do
Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa chegaram à Assembleia da República
pelas 11:20 para retirar os pendões colocados pelo Chega, mas quando se
aproximaram das janelas as faixas foram recolhidas a partir do interior do
edifício.
Os bombeiros
montaram uma grua para aceder às janelas e retirar as faixas colocadas na
fachada principal do Palácio de São Bento, mas acabaram por não ter de intervir
uma vez que, quando os bombeiros se aproximaram, estas começaram a ser puxadas
por elementos do partido, entre os quais o líder, André Ventura, a partir do
interior.
O Chega colocou
vários pendões na fachada do edifício da Assembleia da República contra o fim
do corte nos vencimentos dos políticos, que foi aprovado no âmbito do Orçamento
do Estado para o próximo ano.
No arranque dos
trabalhos, o presidente da Assembleia da República disse que notificou o Chega
para retirar os pendões e que, se tal não fosse feito, iria pedir a intervenção
dos bombeiros.
Em declarações aos
jornalistas depois da discussão do tema em plenário mas antes da chegada dos
bombeiros, o líder do Chega indicou que as faixas seriam retiradas após a
votação do Orçamento do Estado.
As faixas foram
colocadas nas fachadas principal e lateral do edifício da Assembleia da
República e também no chamado edifício novo do parlamento, estando penduradas
em várias janelas, com a inscrição "OE2025 aumenta salários dos políticos.
Vergonha".
Além desta
inscrição, existiam também pendões em tom de vermelho com montagens de
fotografias do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do secretário-geral do PS,
Pedro Nuno Santos, e do líder do CDS-PP, Nuno Melo, como se estivessem a
mostrar dinheiro em frente à cara.
Em causa não estava
o aumento dos salários, mas o fim do corte de 5% dos vencimentos que foi
aplicado em 2010 no contexto da crise financeira que levaria ao pedido de ajuda
externa por parte de Portugal em 2011.
A proposta de PSD e
CDS-PP foi aprovada com os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, abstenção do
PCP e votos a favor dos demais.
A proposta de PSD e CDS-PP foi aprovada com os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, abstenção do PCP e votos a favor dos demais.
Com Lusa

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