Em 2022 os EUA tinham ultrapassado a Rússia como maiores extractores mundiais de gás natural, com um grau de endividamento das suas empresas que ameaçava pôr em risco o sistema financeiro norte-americano. A razão do problema: não tinham compradores para o seu gás.
Estavam, a altíssimos custos, a extrair um produto, 20% mais caro do que o da concorrência russa, e não tinham mercado para onde o escoar.
A invasão da Ucrânia e as sanções, inéditas no sector energético, imediatamente decretadas contra a Rússia foram a salvação.
Num eventual futuro acordo entre os EUA e a Rússia, Trump irá defender a fatia do mercado europeu do gás que conquistou aos russos. A factura inflacionada de energia continuará a ser paga pelos os países da UE, com um custo tremendo para as suas indústrias, que perdem competitividade e estão a enfraquecer países como a Alemanha, Itália e a França.
O clima de guerra agora alimentado serve para justificar o investimento nas indústrias militares da UE, numa tentativa, algo desesperada, de compensar as perdas na indústria automóvel e evitar a recessão económica.
É exactamente o que está nesta citação de Merkel que eu tenho comentado e repetido desde Fevereiro de 2022.

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