(Por oxisdaquestão in Blog oxisdaquestao, 25/11/2024, revisão da Estátua)

(O 25 de Novembro já passou, mais as suas polémicas “comemorações”. Mas, devido à qualidade deste texto na descrição que faz do país e de como aqui chegámos, não hesitei em o trazer para aqui. Parabens ao autor, oxisdaquestao.
Estátua de Sal, 28/11/2024)
Passaram 49 anos para conseguirem montar o espetáculo deprimente de louvor a um acontecimento que fez do país um espaço de submissão aos EUA, à CEE, à CIA e aos alemães que, com o tempo, desapareceram engolidos pela direita transatlântica.
Cantaram o hino que soou a Stars and Stripes, a Good Save de queen ou ao indicativo dos jogos da UEFA saídos pela televisão. É que somos ecléticos e sabemos escolher!

O salazarismo pós-Salazar, sem ele, e marcelista com o Marcelo de hoje, regozijou-se com a data e o que ela representou: Kissinger, Soares, Carlucci e os militares de direita tipo Jaime Neves cruzado com o heroico Eanes da chaimite ao vento, foram os autores do guião com o qual se prestou homenagem, numa reunião de ratas saídas do seu bueiro ao longo de 49 anos. Temos o fascismo connosco, visto e ouvido no nosso Bolsonaro de Xabregas, apoiamos com dinheiro, fardas e tanques de guerra os nazis a soldo da NAT, com capital em Kiev, Londres, Paris e Washington. Temos o nazi-fascismo no nosso meio e prestamos-lhe homenagem.

Deram-nos autoestradas para que comprássemos Mercedes e BMW’s e financiaram o negócio da importação de carros; deixaram os bancos ganhar o que puderam com a venda de casas; levaram-nos a indústria para que comprássemos no estrangeiro; deixaram-nos ser empregadas/os de mesa e camareiras dizendo-nos que o (all)garve é o nosso cú da galinha; deram as pescas aos espanhóis, com melhores barcos; produzimos as hortaliças e a pera rocha das nossas grandes superfícies mas não temos verdadeira soberania alimentar; descobriram-nos o lítio e Sines.
Impuseram-nos um Primeiro-ministro bacoco e estão à beira de nos presentearem com um Milei fardado de almirante de deus-tomaz, como o outro; demos o escudo em troca de um euro que valia um marco e passámos a fazer contas em cêntimos que valem os nossos olhos da cara; a nossa riqueza passou a crescer 1,5% ao ano – quando calha de aumentar e não é comida pela inflação; não conseguimos criar mini empregos como a Merkel e por isso há quem trabalhe e seja pobre ou se sujeite a uma precariedade sem fim para ter algum dinheiro.
E mandam em nós através da dívida, conferem-nos os orçamentos e estão prontos a destinar os tais 2% ou mais para os negócios de armas que os gringos impõem aos otários com as suas guerras intermináveis por todo o mundo enquanto o SNS se esvai e o investimento público não existe.

Incapazes de terem uma qualquer manifestação de apoio popular, fecharam-se na AR e transmitiram pela televisão o que se não viu, nem podia ver nas ruas. Fradescos e hipócritas cantando a Portuguesa, mais desafinados que o CR7 e seus acompanhantes no início dum jogo da seleção. Não admira: deram-nos a TVI com todos os Gouchas e Big Brothers possíveis, a SIC com as suas intermináveis telenovelas de fancaria, os canais de informação onde é a desinformação e as merdices da NATO que imperam.
Ainda não eliminaram a Constituição de 1976 mas já a desfiguraram com códigos do trabalho escritos por lacaios e tipos da UGT, para os capitalistas e os seus lucros, os seus Teslas, os seus iates e mansões nas Rivieras dos vários continentes. É o que lhes falta e o tributo em dívida a Kissinger, Soares, Carlucci, Neves e Eanes. Sobretudo Soares, o da gaveta e das reuniões na embaixada ianque.

49 anos para aparecerem como ratas. Na AR, sem o menor pudor e com um discurso de mais um Marcelo das conversas em família, agora atualizado…
Fonte aqui
Do blogue Estátua de Sal
Sem comentários:
Enviar um comentário