O Ocidente alargado e, infelizmente, muitos dos seus cidadãos acreditam que, de repente, a Rússia atacou a Ucrânia a 24 de fevereiro, sem nenhuma razão válida.
A cronologia e a análise dos eventos indicam que a guerra foi preparada e inspirada pelo próprio Ocidente e começada pela Ucrânia em 16 de fevereiro de 2022
• 15 de dezembro de 2021 – a Rússia submeteu à consideração dos Estados Unidos e da OTAN os projectos do Tratado sobre garantias de segurança e do Acordo sobre medidas de segurança da Rússia e dos países da OTAN. Essas propostas foram rejeitadas.
• 24 de janeiro de 2022 – a OTAN decidiu aumentar a sua presença militar na Europa Oriental. Vários países da OTAN anunciaram a colocação das suas forças armadas em estado de alerta e enviaram forças adicionais para a Europa Oriental.
• 24 de janeiro – a Comissão Europeia propôs um pacote de ajuda financeira de emergência de 1,2 mil milhões de euros à Ucrânia, devido a um possível conflito com a Rússia.
• 28 de janeiro – os Estados Unidos aprovaram uma ajuda militar adicional à Ucrânia no valor de 200 milhões de US $. Outros países da OTAN também anunciaram fornecimentos de armas à Ucrânia.
• 29 de janeiro – o Reino Unido declarou a sua prontidão para enviar tropas e equipamentos militares adicionais para a Estónia e outros países do flanco oriental da OTAN.
• 1 de fevereiro – a Polónia anunciou o fornecimento à Ucrânia de dezenas de milhares de projécteis de artilharia, sistemas portáteis de mísseis antiaéreos “Grom”, morteiros ligeiros, “drones” de reconhecimento e outro armamento.
• 2 de fevereiro – o Pentágono anunciou o envio de forças adicionais para a Roménia, Polónia e Alemanha.
• 6 de fevereiro – o jornal “The Mirror” informou sobre o envio de mais de 100 militares das forças especiais britânicas para a Ucrânia para passarem a sua experiência para os militares ucranianos.
• 11 de fevereiro de 2022 – numa reunião com representantes da Alemanha, França, Rússia e Estados Unidos, a Ucrânia recusou-se a cumprir os acordos de Minsk.
• 11 de fevereiro de 2022 – numa videoconferência com os líderes dos países ocidentais, da União Europeia e da OTAN, Biden afirmou que “Putin vai realizar uma ofensiva em 16 de fevereiro”.
• 13 de fevereiro – muitos países, por sugestão dos EUA, decidiram que os seus observadores deveriam deixar a Ucrânia dentro de alguns dias.
• 14 de fevereiro – Zelenskiy assinou um decreto declarando 16 de fevereiro de 2022 como o Dia da União dos ucranianos, a fim de fortalecer a consolidação da sociedade ucraniana. De acordo com o decreto de 16 de fevereiro, era determinado o hastear da bandeira do Estado da Ucrânia nas casas de todos os povoados e tocar o hino nacional da Ucrânia, às 10:00.
• O número médio diário de violações do cessar-fogo durante 2021 e em 2022 até 14 de fevereiro foi em média de cerca de 200 vezes e com cerca de 50 tiros de artilharia. No entanto, desde 16 de fevereiro, e como fica evidenciado pela análise dos “relatórios diários de observação nos locais da Missão especial de monitorização da OSCE na Ucrânia”, a partir de 16 de fevereiro passou a haver um aumento acentuado:
(Data - Violações cessar-fogo - Tiros d/artilharia)
16 de fevereiro - 591 - 316
17 de fevereiro - 870 - 654
18 de fevereiro - 1566 - 1413
19 e 20 de fevereiro - 3231 - 2026
21 de fevereiro - 1927 - 1481
22 de fevereiro - 1710 - 1420
• 16 de fevereiro – Zelensky supervisiona exercícios militares juntamente com observadores da OTAN, incluindo da Polónia e do Reino Unido, entretanto começaram intensos combates nas fronteiras com a Ucrânia das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. E, a partir de 17 de fevereiro, os militares ucranianos iniciaram uma verdadeira ofensiva.
• 18 de fevereiro – os líderes das Repúblicas separatistas, acusaram a Ucrânia de querer realizar uma “ofensiva em profundidade” sobre o seu território e anunciaram o início de uma evacuação de emergência da população dessas repúblicas para a Rússia.
• 18 de fevereiro – o secretário de estado dos EUA, Blinken, tentando disfarçar o que se estava a passar e iniciar assim a campanha de diabolização sobre a inevitável reação russa, disse o seguinte: “tudo o que estamos a ver faz parte do cenário russo de criar falsas provocações para depois responder a essas provocações e, eventualmente, cometer uma nova agressão contra a Ucrânia”.
• Curiosamente, muitos meios de comunicação ocidentais informaram então que, desde 16 de fevereiro, cerca de 150 mil militares ucranianos e até 45 mil tropas das milícias populares das Repúblicas do Donbass estavam envolvidos em ferozes combates. Mas, agora, essas revelações são, ardilosamente, escondidas da opinião pública ocidental.
• 24 de fevereiro – para socorrer a população russófona do Donbass, vítima da agressão genocida do exército ucraniano e em risco de ser totalmente chacinada, as forças armadas da Rússia iniciaram uma operação militar contra as forças ucranianas.
Ainda haverá quem tenha dúvidas sobre quem preparou e tudo fez para que esta guerra se desencadeasse? Quem provocou e empurrou a Ucrânia para atacar as províncias separatistas russófonas e chacinar a sua população?
Raúl Luís Cunha

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