A figura mais conhecida do Porto, aquela que mais aparece, é um homem simpático, com aparentes limitações intelectuais, fruto de uma conhecida história de pobreza, designado carinhosamente por Emplastro.
Segundo o dicionário um emplastro
é uma preparação terapêutica adesiva destinada ao uso externo e em sentido
figurado uma pessoa que tem pouco préstimo, um chato, um inútil. O Porto tem o
seu Emplastro oficial, mas este tem sofrido concorrência de candidatos ao
lugar. O último parece-me ser o senhor Rui Morreira, presidente da câmara da
Invicta cidade do Porto.
O mais recente aparecimento do
senhor Rui Moreira como candidato a emplastro ocorreu há dias com o pomposo
anúncio da saída do Porto da Associação Nacional dos Municípios Portugueses
(ANMP) e com o novo aparecimento nos ecrãs numa audiência com o senhor
Presidente da República, em Belém, a anunciar o pedido de este não promulgar o
Orçamento de Estado de 2022, apesar de já irmos a meio do ano, porque o Porto
não está devidamente contemplado com as verbas que o senhor Rui Moreira
entende.
Não sei qual é o papel da dita
ANMP de onde o senhor Rui Moreira fez sair o Porto, presumo que seja uma
associação como tantas outras proporcionadas pelo regime democrático, que reúne
interesses diversificados e os representa junto dos órgãos de poder legislativo
e executivo. Devem existir centenas ou milhares de associações e uniões, umas
mais importantes, outras menos, mas todas elas refletindo o vigor da sociedade
civil, a capacidade de pessoas com visões diferentes se reunirem para encontrar
o que as une para melhor cumprirem uma função, caso de bombeiros, autarcas,
proprietários, artesãos, utilizadores ou prestadores de serviços, produtores de
bens, umas de carater regional, outras nacional. A ANMP é mais uma e tem a
importância que deve ter, que deve ser alguma e se destina a resolver os
interesses dos seus associados, entre muros e de acordo com os seus estatutos.
O senhor Rui Moreira aproveitou a ANMP para tratar do seu assunto de competir
com emplastro oficial do Porto na praça pública, em arraial!
O Emplastro oficial do Porto
surge nos ecrãs das TV nos acontecimentos programados, esforça-se por saber
onde têm lugar, o senhor Rui Moreira, provoca os acontecimentos para aparecer.
O Porto é uma cidade magnífica,
onde tenho casa e amigos de há muito, por isso me custa ver o Presidente da
Câmara Municipal a fazer de concorrente a emplastro. O Presidente da Câmara do
Porto não pode ser um Ruizinho com birras que quer ser o emplastro e faz
figuras tristes para aparecer! A birra de Rui Moreira apenas serve para ele
aparecer!
Estando o Porto na dita ANMP ou
de fora, nada muda no Porto, o porto do Porto continuará a ser em Matosinhos, o
aeroporto do Porto será na Maia, a RTP Porto será em Gaia, no Monte da Virgem,
assim como o vinho do Porto, este no cais de Gaia, um dos petiscos mais
conhecidos do Porto continuará a ser a “francesinha” e não a “moreirinha”, a
cerveja do Porto manterá a estranha designação de Super Bock e não a de
“Moreira”, o clube de futebol mais conhecido do Porto será designado pelo
Dragão, sem mencionar sequer o prócere da cidade, o senhor Pinto da Costa, o
Norteshoping manter-se-á em Matosinhos, o EL Corte Inglês do Porto é em Gaia, o
melhor pão do Porto é a Broa de Avintes e não a do Moreira, o padroeiro da
cidade é São João, um palestiniano e até a fábrica de colchões da família de
Rui Moreira, a Molaflex está instalada em Santa Maria da Feira e não no Porto!
Em resumo, muito do Porto, do melhor do Porto, do que dá vida ao Porto está em
concelhos que, queira o senhor Rui Moreira ou não, se mantêm na dita associação
ANMP e cujos presidentes não têm, como o senhor Rui Moreira, como programa do
seu mandato municipal tirar o lugar ao reconhecido e certificado Emplastro do
Porto, uma função muito bem entregue.
O Porto e os portuenses têm o
caráter suficiente para dispensar as birras de um Presidente da Câmara que quer
fazer concorrência ao simpático emplastro oficial. Rui Moreira: trate da cidade
e deixe-se de números, seja um homenzinho, e não menino rico e mimado, dono da
bola e que a leva quando o resultado do jogo não lhe agrada. Carago!
Carlos Matos Gomes
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