O caso dos submarinos australianos é exemplar para demonstrar o desprezo dos governantes pelos governados. Calhou agora a vez de os australianos serem tratados como lorpas.
As justificações dadas pelo primeiro-ministro australiano aos australianos para o negócio podiam ser dirigidas aos cangurus. A mim lembram-me uma anedota com barbas: Um inspetor do ministério da agricultura entra num terreno vedado e é intercetado por um trabalhador, que lhe diz não poder entrar. O inspetor mostra-lhe o crachá e afirma: Com este crachá todos me obedecem e ninguém me proíbe! E entrou. Passados minutos o inspetor surge a correr a fugir de uma manada de touros e grita para o trabalhador: Socorro! Responde este: Mostre-lhes o crachá!
Tanto quanto é sabido pelos noticiários, a principal ameaça à Austrália são os incêndios e as inundações.
O governo australiano decidiu que do que precisava contra as ameaças era de submarinos – franceses com motor ou americanos de gerador nuclear é indiferente (exceto para os negociantes)!
Assim, quando para o ano a Austrália arder, ou se afogar, os australianos bem podem gritar aos seus ministros: mandem para lá os submarinos!
Os californianos também podem pedir aos seus governadores para mandarem drones e misseis de cruzeiro contra as labaredas que anualmente lhes consomem florestas, casas e bens!
Os chineses são tramados a atear fogos! E com os submarinos é que se afogam labaredas!
Sá de Miranda perguntara em Antologia Poética: Que farei quando tudo arde?
O governo da Austrália, já sabe: compra submarinos! Somos governados por gente assim. Outros governantes fazem rotundas. Ou obeliscos. Outros, espertos, como o Rendeiro, fogem para Londres.
Carlos Matos Gomes



Sem comentários:
Enviar um comentário