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domingo, 21 de dezembro de 2014

Ir à lã e sair tosquiada:

Ontem assisti à entrevista de Judite de Sousa ao advogado de José Sócrates, João Araújo. Depois de muita anunciada, o que julgo, para suscitar muita audiência, é disto que vivem os canais generalistas e alguns jornais diários, o que aqui faço um grande esforço para lhes chamar jornais, o que é certo é o que muito foi anunciado não passou de a montanha parir um rato.
Judite de Sousa como é seu timbre interessa-lhe mais o diz que se diz do que apresentar factos. Estes devem ser propriedade do Ministério Público. Mas como ia dizendo, Judite de Sousa, já se tornara ridícula com uma entrevista que fez a um menino rico, onde o culpou pela sua riqueza. Foi criticada pela maioria dos portugueses onde até o seu amigo dominical lhe teceu críticas leves.
Mas o que faz ter que mostrar serviço. Não se importam de se tornarem umas autênticas peixeiras, aqui peço desculpa às peixeiras porque estas sim têm de o fazer para apregoar o seu artigo. Judite de Sousa não precisa, ou não devia precisar. Eu sei que se tornou ídolo de muita gente mas não passa de um ídolo com pés de barro. Por que se não fosse não se dava ao desplante de se tornar ridícula. E digo ridícula e mais o seria se João Araújo fosse como muitos advogados de também querer ali lavar roupa suja.
E João Araújo foi elegante. Até na forma como pediu desculpa por ter apontado um dedo. Se o não fosse trazia à baila a morte do filho de Judite de Sousa. E… assim reduzia-a à insignificância. Querer vasculhar a vida dos outros quando se dá por satisfeita com o parecer do Instituto Nacional de Medicina Legal.
Quando Judite de Sousa e a TVI vasculham o que se passou na Praia do Meco, o que até certo ponto concordo, com o seu filho não vai ao fundo da questão. Se há uma morte e havia muita gente nessa festa não se apura a queda na piscina! Receia-se o apuramento. Com os outros vai até à última geração. Podia-se lembrar que por detrás de José Sócrates há uma família que sofre. Não se lembra disso. Mas há o provérbio que diz: quem tem telhados de vidro cuidado com as pedras que atira.
Depois à falta de argumentos perante João Araújo socorre-se do “toda a gente”. Eu lembro-lhe o que é que faz toda a gente:
ERA UMA VEZ... 4 Funcionários chamados Toda-a-Gente, Alguém, Qualquer-Um e Ninguém.
Havia um trabalho importante para fazer e Toda-a-Gente tinha a certeza que Alguém o faria.
Qualquer-Um podia fazê-lo, mas Ninguém o fez.
Alguém se zangou porque era um trabalho para Toda-a-Gente.
Toda-a-Gente pensou que Qualquer-Um podia tê-lo feito, mas Ninguém constatou que Toda-a-Gente não o faria.
No fim, Toda-a-Gente culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquer-Um poderia ter feito.
Foi assim que apareceu o Deixa-Andar, um 5º funcionário para evitar todos estes problemas.
É que me faz lembrar que Judite de Sousa é o quinto funcionário desta rábula. Baseia-a em toda a gente e não passa de ser ninguém. Um advogado pouco experiente nestas andanças dá-lhe um gozo terrível. Chegando ao ponto de pôr Judite de Sousa irritada.
E aquela de trazer à baila a visita de Pinto de Costa a José Sócrates foi risível. Então um qualquer cidadão que não seja da área do PS não pode visitar José Sócrates? Será que foi acometido com o vírus do Ébola. José Sócrates nunca teve vergonha de revelar a sua proveniência. Ao contrário de outros e outras que têm receio de revelar os seus progenitores.
Por isso fiquei chocado com a maneira como Judite de Sousa torneou a entrevista. Só lhe interessou saber se João Araújo perguntou a José Sócrates se passava bem na cadeia. Ficou-se pela rama e não lhe interessou a árvore.
No final da entrevista fiquei com a certeza de uma coisa. Quem me pareceu que era o entrevistador era João Araújo. E saliento o porquê. É que dali quem saiu com o dever cumprido foi João Araújo.
É o que povo português costuma dizer: ir à lã e sair tosquiado. Neste caso tosquiada.

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