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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Foi um murro no estômago:

Para a maior parte dos portugueses foi o que aconteceu com a decisão do DCIAP de Lisboa. Não escondo a minha simpatia por José Sócrates como político. E por isso venho aqui manifestar o meu desagrado por tal decisão.
Assisti através das televisões, vi e ouvi, a indignação de alguns advogados pela decisão tomada. Condena-se mas não se diz o porquê. Se havia perigo de fuga ou continuação de actividade criminosa. Entendo que os portugueses deviam de ficar a saber no que se baseou Carlos Alexandre. É que não basta decidir. Tem que se fundamentar.
Mal de nós se nos vamos habituar a este tipo de atitude. Senão vai-nos acontecer com escreveu nos versos Bertold Brecht:
“Primeiro levaram os negros / Mas não me importei com isso / Eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários / Mas não me importei com isso / Eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis / Mas não me importei com isso / Porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados / Mas como tenho meu emprego / Também não me importei. Agora estão me levando / Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém / Ninguém se importa comigo". 
É esta situação que estou a notar que está a acontecer à democracia portuguesa. Vamos deixando andar e quando quisermos actuar ninguém se importa.
Há quem “abriu garrafas de champanhe” pela prisão preventiva. Mas não sabem o nefasto que é a prisão preventiva. Aqui refiro-me a todos que sendo primários lhes é aplicada. Qualquer cidadão deve ter oportunidade quando é primário de aguardar em liberdade o decorrer do processo. Mas aqui Carlos Alexandre quis mostrar o quanto não gostou das benesses que lhe foram retiradas pelo governo de José Sócrates.
Como em cima disse se havia perigo de fuga ou continuação de actividade criminosa, se algum destes pressupostos acontecesse, só dava razão à justiça. E para a política era a cereja em cima do bolo. Se assim acontecesse o partido socialista era praticamente arrumado da cena política. Assim não. E estou em crer que o efeito vai ser contrário. Aconteceu com Isaltino Morais que depois de condenado voltou a ganhar a câmara de Oeiras. É o que prevejo para António Costa.
Da minha parte que nunca militei em partido nenhum e a maioria das vezes votei APU, CDU, BE e nas últimas três eleições votei partido socialista por efeito de José Sócrates estou a ponderar tornar-me militante socialista. Como eu, julgo que há mais. Não podemos parar e deixar esta direita revanchista avançar com a ajuda da justiça. E… termino como dizia um humorista brasileiro. “Cadê os outros”. 

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