As cadeias são uma incógnita. Quando vamos para o serviço, não se sabe
com o que se vai deparar. Um marceneiro, um serralheiro e um escriturário
quando vão para o seu serviço sabem mais ou menos com o que vão deparar, lidam
com seres mortos, nós lidamos com pessoas e que pessoas. Têm sentimentos,
reacções, necessidades, dificuldades e a maioria são a rejeição da sociedade.
Por tudo isto havia dias que eram difíceis.
Como já referi gosto de tirar o máximo proveito do computador, não
estou habilitado para tal, mas ideias tinha bastantes. Havia e há, o guarda
Isaac, nos Pavilhões Complementares, que é um barra em programas do Visual
Básico e a fazer base de dados, ou seja folhas de cálculo. Fez uma respeitante
aos reclusos, com esta base de dados poupa-se uma enormidade de tempo. Quando o
mesmo dá entrada os seus dados são inseridos na ficha do recluso,
automaticamente são transportados para várias folhas; controlo no refeitório,
nas visitas, conto diário, alocação na ala, piso e cela, ocupação, lista de
recluso por número e abecedário, folha de abertura da ala e de encerramento.
Na base de dados dos guardas, preenche-se a ficha de guarda, depois de
se distribuir os guardas por turnos e de se ter mencionado numa ficha mensal,
chamada borrão, a partir daí, distribui por várias folhas, assim como se pode
mencionar as trocas de serviço, férias, falta ao serviço e apresentação, um sem
número de coisas. Vários responsáveis sabem que os Pavilhões Complementares
funcionam com este tipo de base de dados, acontece que a casa mãe, que é o E.
P. Paços de Ferreira, aí não se pratica.
Há um ganho em tempo e com isto
liberta mais quem está com este tipo de funções, para outros serviços, não sei
porque não avançam com um tipo de bases de dados para todos os E. P., será por
não ser um exclusivo dos senhores engenheiros da D.G.S.P. e não lhes interessar
por não ser sua a patente, ou será por ser um simples guarda que teve esta
brilhante ideia.
Lembro-me de num curso de formação na Escola de Administração
Penitenciária em Caxias, ter posto este problema a um formador, mas foi visto
com um certo desprezo. Coisas de patentes. Os Directores que passaram pelo E.
P. Paços de Ferreira, após a abertura do Pavilhões de Complementares, tem
conhecimento desta base de dados, mas nunca se interessaram pela sua
funcionalidade.
Nos serviços prisionais encontrei de tudo. Pessoas com bastantes
capacidades. Bons líderes. Aqui faço um reparo ao que para mim mais me marcou
como Director. Foi o Dr. Fernando Santos. Pela sua dinâmica, liderança,
cumpridor com as leis, defensor dos seus funcionários. Não percebo a
perseguição que o S.N.C.G.P lhe moveu. Em lugar de exigir que a D.G.S.P., em
todos os E.P. exigisse tal procedimento e antes de o criticarem, que fossem
para o terreno verificar, em lugar de se convencer no que dizem os seus
delegados sindicais.
Digo isto com mágoa e uma certa ironia. Pela vida fora fui delegado
sindical numa empresa privada. Delegado da comissão de apoio no E. P. Paços de
Ferreira. No mesmo E. P. delegado sindical. Dirigente da Direcção do Sindicato
em dois mandatos e acabar a carreira, auto suspenso, pelo facto de encontrar a
presidente do sindicato, quem não merecia ser sócio. Só fomentou a intriga, a
inveja e a maledicência entre os funcionários. Quando este senhor deixou de ser
presidente encontrava-me a desempenhar serviço no E. P. Paços de Ferreira. Dei
conhecimento a um delegado sindical para me voltar a inscrever como sócio. A
resposta que obtive foi: preencha uma ficha. Que diferença. Quando era delegado
sindical preenchia as fichas e que alegria sentia em cativar mais um sócio.
Agora é o que se vê.
Dos piores Directores que encontrei foram: Nelson Teixeira, Cadeia
Apoio Guimarães e Hernâni Castro, E. P. Paços de Ferreira.
Estou aposentado desde Julho de 2007. Passei por vários E. Prisionais,
em todos colhi coisas boas e coisas más. Assimilei o que achei de mais útil.
Tenho na consciência que deixei poucos amigos mas, de uma coisa estou certo. Os
poucos que deixei são amigos verdadeiros. Assim como sou um verdadeiro amigo
desses.Fim
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Parabéns
Por falar em email ponho-te aí uma coisa que me chegou há dois dias, dantes seria impossível para mim fazê-lo, teria vergonha. Agora não.
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Através deste texto, gostaria de contemplar um pouco mais sobre o propósito dessa vida. Entender porque viemos à Terra, o que viemos buscar e fazer aqui.
A Filosofia do Yoga ensina através de sábios contos, e quero contemplar um conto muito profundo com você:
Narada, um grande sábio, que vivia ao lado do Senhor do Universo, disse uma vez para Ele:
“Senhor, mostra-me Maya, a ilusão do mundo, que torna possível o impossível”.
O Senhor lhe disse: “Mas, Narada, porque você quer conhecer Maya, a ilusão do mundo?”
Narada insistiu: “Senhor, estou feliz aqui, mas quero conhecer as ilusões do mundo material”.
O Senhor concordou e, alguns dias depois, saiu em viagem na companhia de Narada. Andaram bastante e depois de algum tempo Ele disse: “Narada, tenho sede; por favor, consegue-me um copo d’água em alguma parte”.
E assim, Narada saiu em busca de água. Não a encontrando perto, andou até encontrar uma casa. Bateu na porta e uma encantadora jovem, cuja beleza o cativou, abriu a porta.
Ela começou a lhe falar com doces palavras e lhe encantou. Eles se apaixonaram e se casaram. Com o passar do tempo, tiveram filhos e foram felizes.
Algum tempo depois, com a morte do sogro, Narada assumiu os negócios da família. Tornou-se muito próspero, com muitas posses e usufruiu uma boa vida com sua esposa e filhos.
Um dia, porém, manifestou-se uma epidemia na região e Narada decidiu abandonar o lugar e ir viver em outra parte. Assim, com a esposa e seus filhos saíram da casa.
Mas uma grande tempestade aconteceu e ao atravessarem a ponte sobre um rio, uma forte correnteza arrastou os filhos, um após o outro, e depois também a esposa se afogou.
Lutando para sobreviver, ele também foi arrastado e bateu com a cabeça em uma pedra e desmaiou. Quando voltou a si, Narada sentou-se à margem do rio e começou a chorar desconsoladamente.
Ele não se conformava e lamentava muito, pois antes ele tinha tudo, amor, filhos, dinheiro, posição, prosperidade e de repente, perdeu tudo.
Justamente nesse momento, ele ouviu uma voz: “Narada onde está meu copo de água? Há meia hora você saiu para trazê-lo e não voltou”.
Ao ouvir a voz do Senhor e ao vê-Lo, Narada se lembrou do Senhor, de seu pedido de compreender Maya, a ilusão do mundo. Lembrou que tinha vindo na Terra apenas para pegar um copo de água para o Senhor e que, iludido pelas ilusões do mundo, se esqueceu do que tinha vindo fazer aqui.
E, exclamou: “Senhor, agora compreendo tudo e me inclino diante de Ti e diante a Tua maravilhosa Maya”.
Vamos, agora, contemplar juntos esse conto:
Você entendeu qual é esse copo d’água que Narada veio buscar?
Você percebeu, que mesmo sendo um sábio, ele se esqueceu do propósito de sua vinda na Terra, iludido pelas ilusões do mundo?
Esse conto nos mostra como somos iludidos pelos prazeres dos sentidos, pelo poder de posse, pelo apego, pela ilusão de achar que só viemos ao mundo para desfrutar, para simplesmente comer, dormir, viajar, casar, ter filhos e uma vida de abundância e riqueza.
Tudo isso faz parte da vida, e é importante sermos bem-sucedidos e felizes no amor, na família, na vida profissional, viajar e apreciar a beleza do mundo.
Porém, não viemos ao planeta Terra, essa escola abençoada e, muitas vezes de difícil aprendizado, apenas para nascer e morrer, para passear e passar o tempo.
Nossa vinda aqui tem um propósito muito maior: viemos buscar evolução espiritual, desenvolvimento de virtudes como paciência, bondade, compaixão, amor incondicional, altruísmo, força interna, coragem e alegria interior.
Muitas pessoas são envolvidas pela vida mundana, pela futilidade, pelos afazeres do dia-a-dia, pelo conforto, pelo trabalho, pelo poder, pelas competições, e perdem o foco, perdem o sentido da vida. Elas se esquecem porque vieram nesse planeta.
O mundo moderno, com o consumismo exagerado, aumenta os desejos e sentido de posse. Acham que só serão felizes possuindo tudo o que desejam, e não compreendem que a verdadeira felicidade é interna.
Todos nós buscamos a felicidade e merecemos ser felizes, prósperos e felizes no amor. Precisamos, porém, entender que a verdadeira felicidade vem de um coração agradecido, de estarmos felizes com o que temos agora, com uma mente em paz.
Cada um de nós veio nesse mundo para cumprir seu Dharma (dever), -
Esse Dharma, o dever que está à nossa frente, que apenas nós podemos realizar, é o copo d’água que viemos buscar na Terra. É como uma nota musical que somente nós podemos ressoar nessa maravilhosa orquestra universal.
Descubra você também qual o é o copo d’água que deve levar desse mundo. Qual é seu dever com o marido ou com a mulher, com os filhos, com os pais, parentes e amigos? Qual é sua função na sociedade, no trabalho? Como deve ser sua atitude de ser útil e ajudar ao meio ambiente? Como pode ajudar os mais necessitados, tanto materialmente como espiritualmente, com compreensão e paciência? Fique em paz! Namastê! Deus em mim saúda Deus em você!
Emilce Shrividya Starling
Só hoje vim ao site de Coisas que podem acontecer e verifiquei o seu comentário. Agradeço, embora goste de ser um entre tantos. Muitas coisas podia referir mas a minha dotação é mínima e tenho dificuldades em melhor me expressar, de qualquer maneira obrigado.
O que lhe posso dizer é somente obrigado. Quando comecei a mandar uns textos para o Aspirina B, foi com a intenção de passar tempo e aprender algo com pessoas mais instruídas, e pode ter a certeza, que dou o tempo por bem empregue, por conviver com pessoas como você. Espero, continuar a usufruir da vossa paciência. Mais uma vez obrigado.
:))
Pelas palavras e acções.
Vá a (vinte linhas 390), lá pode ver onde cumpri o serviço militar.
Se metesses mais umas coisas pelo meio quase podias publicar sobre a forma de memórias ;-)
Tenho um amigo de infância, o Luís Florêncio, que se gaba de ter a maior colecção de livros sobre a guerra colonial e ele prestou serviço em Angola também, mas como oficial miliciano, não sei bem quando. Acho que anda a tentar publicar as suas memórias, sobre a guerra, igualmente!
Obrigado pela informação, mas como eu fui militar (um oficial qualquer), era para ver se nos tínhamos encontrado em algum lado, mas não!
Vou informar o meu amigo destes seus comentários (melhor, posts) nestes posts!
Já sei, por outro lado, ao ler as suas memórias no referido post, que (eu) estive com o FCF e o MMata no RI das Caldas da Rainha, nas datas que eles referiram!
Bem hajam a todos os meus ex-camaradas da tropa!
Manuel C Torres
É também de lembrar que no dia 16MAR74 se deu nas Caldas o golpe premonitor do 25ABR e foi seu cabecilha, outro meu amigo, o Gonçalves Novo, que acabou, embora por pouco tempo, nos calabouços do odioso regime de então!
Saudações, amigas e socialistas, a todos!