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quinta-feira, 6 de março de 2025

DAQUI A UNS TEMPOS, TEMOS ELEIÇÕES. TENS ESCOLHA:

No seguimento da cimeira de Londres, em que se decidiu cortar a manteiga e iniciar uma inexplicável corrida armamentista, certamente a maior desde os anos 40 do século passado e que prefigura, de facto, o anúncio do fim do modelo europeu em proveito de um incontrolável despesismo com material de guerra, o delirante discurso ontem proferido por Macron, ameaçando a Rússia com a guerra, gerou grande alarme nas praças financeiras europeias. As taxas de juro da dívida dos países da zona Euro dispararam e não se sabe se a tendência se manterá até que a apreensão com uma possível guerra seja atenuada. O que a todos salta à vista é que os meios que supostamente serão alocados aos armamentos superam o Plano de Recuperação e Resiliência, pelo que os orçamentos dos Estados membros da UE e da Grã-Bretanha sofrerão uma dramática mutação da qual decorrerão grandes limitações para a Saúde, para a Educação e outros sectores críticos da vida social. Se a este agravamento das condições de vida sobrevier, como é esperado, o aumento dos efectivos e, até, a reposição do serviço militar obrigatório na UE e Reino Unido, as economias europeias passarão ipso facto a funcionar como economias de guerra. A UE quer a guerra, mas sabe que nunca a poderá vencer, mas o mais insólito reside, como é evidente, na inexistência de qualquer possibilidade de uma «agressão russa». O que se pode depreender da presente histeria é a imperiosa busca de um inimigo externo para, assim direccionar psicologicamente os povos europeus, alienando-os e tornando-os mais dóceis ante regimes e governos em crescentes apuros e falta de legitimidade.

Miguel Castelo Branco 

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