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quarta-feira, 26 de março de 2025

Há um quarto de século:

Cláudia Ribeiro, então uma jovem leitora de português na China, escreveu uma admirável obra intitulada No Dorso do Dragão - aventuras e desventuras de uma portuguesa na China. Apaixonada pela China, mas sem se deixar cegar, ofereceu uma descrição veraz daquele imenso país então a passar por profundas mudanças sociais e por uma industrialização a marchas forçadas.

Quando pela primeira vez estive naquele lado do mundo, em 2001, ainda colhi vívidas imagens de pobreza, privações e abandono, não só na província, como no centro de Pequim e fiz minha a impressão de Cláudia Ribeiro na apreciação dos chineses: "entre um varredor de ruas e um alto funcionário não há diferença assinalável: ambos se parecem com varredores de rua". Em 2010, quando lá estive pela segunda vez, a China já estava como Portugal, pelo menos em termos de cultura material e hábitos de consumo. Há 15 meses, de novo no N da China, tudo me predispunha a aceitar de barato ali já se vive com os confortos proporcionados por uma sociedade avançada. Estes pequenos vídeos que me vão enviando, os de uma China em pleno século XXI, são absolutamente verdadeiros, pelo que terá chegado o momento de os europeus perderem a insuportável arrogância que os mata e aceitarem certas soluções à chinesa. Caso contrário, fossilizamos e morremos.

Miguel Castelo Branco 

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