É uma antiga locução alemã que remete para a última ceia e significa literalmente «até ao fim amargo», mas que em linguagem corrente se poderá traduzir por «até à última gota» e foi título de uma conhecida obra do diplomata alemão Givesius sobre a derrocada da Alemanha na última grande guerra. A expressão ocorreu nestes dias em diversos jornais alemães a respeito das semanas e meses que se seguem e cujo horizonte temporal nunca excederá o mês de Junho como o do fim da guerra no Leste.
Pois, o que a todos continua a espantar não é propriamente o apoio da maioria dos países europeus ao regime de Kiev, mas a ausência de qualquer ajuda outra para além de um teimoso repisar de argumentos esgotados, os quais implicam mais mortos, mais destruição e mais perdas territoriais. Era certeiro aquele dito que afirmava estarem os ocidentais a lutar até ao último ucraniano. Ontem, depois daquela algazarra na Sala Oval, ao entrar para o helicóptero, após afirmar que não queria uma guerra de dez anos, Trump deixou cair um desabafo mortal para o regime de Kiev: «deixá-lo continuar a combater e verá o que acontecerá». Só esta advertência devia provocar uma imediata alteração no discurso da UE e obrigar os líderes europeus a encontrar uma solução oposta àquela que tiveram nos últimos anos. Ao invés de reunirem esforços para uma qualquer iniciativa diplomática que de algum modo pudesse ser acolhida pela Rússia como contribuição para o acerto da paz, querem mais guerra. Se assim não for, a Ucrânia vai sangrar até ao fim amargo e, até, perder a possibilidade de presevar um Estado conforme com fronteiras étnicas estáveis que lhe permitiriam viver em paz interna e em boa vizinhança com a Rússia. Não sabemos o que estará neste preciso momento em curso nos bastidores do regime de Kiev. Um golpe de Estado? A substituição de Zelensky por alguém que se possa sentar à mesa com os russos? Se a capituação não está ainda no horizonte, o que podemos prever são meses de violência jamais vista e um regime encurralado a lutar em vão por uma guerra já perdida. Como tudo isto nos lembra 1945.Umas de maior importância que outras. Outrora assim acontecia. É por isso que gosto de as relatar para os mais novos saberem o que fizeram os seus antepassados. Conseguiram fazer de uma coutada, uma aldeia, depois uma vila e, hoje uma cidade, que em tempos primórdios se chamou Fredemundus. «(Frieden, Paz) (Munde, Protecção).» Mais tarde Freamunde. "Acarinhem-na. Ela vem dos pedregulhos e das lutas tribais, cansada do percurso e dos homens. Ela vem do tempo para vencer o Tempo."
Rádio Freamunde
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