Eu sei que de um lado estão os bons e do outro os maus, mas imaginem, leitores, que, por um acaso da História, em vez de a Ucrânia derrotar a Rússia sucede o contrário. Imaginem, leitores, que, contra o direito internacional e a generosidade de Ursula von der Leyen e Kaja Kallas, apoiadas por António Costa, a Ucrânia perde a guerra que a UE apoiará generosamente, até ao fim, e a UE acaba falida.
Eu admito que era imprevisível a vitória de Trump, um erro da História, e que os EUA, depois de destruírem a UE na guerra contra a Rússia, acabariam por abandoná-la, e ao RU, para se concentrarem na ameaça da China à sua hegemonia, a única potência com capacidade demográfica, económica e financeira para lhe disputar a liderança.
Todos sabemos que a Nato, ora abandonada pelo seu legítimo proprietário, EUA, era a aliança defensiva de países democráticos, sem ambições expansionistas, embora aberta a todos os países, salvo a Rússia, estivessem ou não perto do Atlântico Norte.
O pacifismo da Nato viu-se na ocupação de parte do território de Chipre pela Turquia. O ataque à Sérvia foi a exceção, para evitar o terrorismo do Kosovo contra sérvios, tendo decidido entregar esse seu território aos terroristas.
Mas esqueçamos a Nato em cuja fundação participou Portugal, então uma República corporativa, democrático-orgânica e antiparlamentar do democrata Dr. Salazar.
O mínimo que podemos pensar de Trump e do seu bando, agora que já podemos duvidar da política dos EUA, é que não merece confiança, e a UE tem de definir a sua estratégia e a sua defesa, quando o RU ora é aliado ora não é e a única ameaça a um país da UE vem dos EUA contra a Gronelândia.
Chegados aqui, a UE tem de decidir se abandona a Dinamarca e entrega a Gronelândia aos EUA ou prefere enviar soldados seus para a Ucrânia e combater aí a Rússia que, por ora, ainda não tem planos para invadir qualquer país da UE. E o melhor é não discutir a política externa em cada um dos países da UE.
Confio na capacidade da UE para derrotar a Rússia. Ainda ontem o sábio general Isidro Morais Pereira nos tranquilizou, num canal televisivo onde é a estrela, mostrando que a Europa, sem a Rússia, tem mais soldados do que a Rússia (Turquia + UE + RU).
Portanto a vitória é certa. Mas, se por erro da História e da lógica, a Ucrânia perder a guerra em que a UE se envolveu para apoiar os EUA, a fatura será paga pelos decisores, e os vencidos jamais são perdoados. E, de boas intenções está o Inferno cheio…
Carlos Esperança
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