DA “INSANIDADE” DOS ACTUAIS LÍDERES EUROPEUS, DA “ESTUPIDEZ” DOS ANALISTAS, E DA PROMESSA FEITA POR ANTÓNIO COSTA DE UM APOIO “INABALÁVEL” DA EUROPA À UCRÂNIA:

Vale a pena destacar a síntese de Carlos Matos Gomes no final da sua brilhante análise àquilo que se passou na Conferência de Segurança de Munique (entre 10 e 15 de Fevereiro)

«O choque das conclusões do encontro de Munique [Conferência de Segurança] não resulta da explicação dos fundamentos do poder nos EUA feita por JD Vance [vice-presidente dos EUA] e transmitida em estilo de sargento dos ‘marines’ aos recrutas, mas [sim] da insanidade dos líderes europeus em responder que vão gastar 5% dos seus orçamentos a comprar equipamento militar aos EUA para se defenderem da Rússia, que passou a ser considerada por aqueles [líderes europeus] como um dos vértices do novo poder mundial!

«No momento em que os Estados Unidos reconhecem a Rússia e a China como competidores e vértices do triângulo do poder mundial, e não como inimigos com quem seja estrategicamente vantajoso desencadear um confronto armado, os burocratas europeus propõem comprar armas e tecnologias aos Estados-Unidos [da América] para se defenderem de uma superpotência que considera a Europa um saco de gatos que se anularão em guerras entre si. É a análise que a Rússia faz desta Europa, daí a irracionalidade, para não lhe dar o qualificativo adequado de ‘estupidez’, dos analistas cujo pensamento foi resumido magistralmente pela doutora Ana Gomes: temos de nos defender dos russos porque se não o fizermos eles “vêm por aí abaixo”!

«O discurso de António Costa a repetir o apoio “inabalável” da Europa à Ucrânia é um texto na linha dos argumentos de Ana Gomes dos tempos da guerra fria, fora de tempo; é um triste exemplo de um padre que entra numa missa pós concílio Vaticano II a proferir um sermão em Latim e a fazer esconjuros, perante a estupefação dos fiéis. Bastava-lhe representar o papel do croupier e anunciar: “les jeux sont faits!”»

Alfredo Barroso