(Ana Kandsmar, In Facebook, 09-12-2024, revisão Estátua de Sal)
(O título deste artigo foi tomado de “empréstimo” do Facebook do Major General Raúl Cunha, que lá partilhou o texto.
Estátua de Sal, 10/12/2024)
Gostaria de pedir aos “colegas” jornalistas para, por obséquio, recuarem um pouco no tempo. Alguns anos apenas e, por uma questão de elementar justiça, retratem-se. Peçam desculpa.
É que não foram terroristas do ISIS, Al-Qaeda ou outros grupos de escumalha humana que, em nome de Deus, o Grande, foram os autores dos muitos atentados em território europeu. Ou melhor, foram, mas não eram e não são terroristas.
E não foram terroristas os responsáveis pelos ataques em Paris, Colónia, Nice, Madrid… Sevilha, Helsínquia, Londres ou Torres Gémeas (aqui então é que não foram mesmo ). Foram freedom fighter’s delicodoces como um “mon cherrie” e, até agora, incompreendidos pelo Ocidente.
Pois, acabou-se a incompreensão. Agora já os compreendemos bem. Ocuparam um país inimigo de Israel, logo, nosso inimigo; inimigo dos EUA, logo, nosso inimigo; amigo da Rússia, logo, nosso inimigo; amigo do Irão, logo, nosso inimigo.
Estes freedom fighter’s, que celebramos hoje são os mesmos que combatemos ontem e que, voltaremos a combater amanhã, quando os seus alvos estiverem numa qualquer cidade europeia.
Depois chora-se um bocadinho, mas não muito, porque afinal, até fomos nós que os financiámos, e, de qualquer maneira, que interessam as vidas de uma dezena ou mesmo uma centena de pessoas que levam com uma bomba em Barcelona? Nada, quando comparado com um golpe de estado num país, lá longe, que tinha um regime que nos andava a incomodar.
Aquilo nem era democrático nem nada. O Assad era um ditador, mandava cortar pilinhas a insurgentes e cabeças a terroristas. Pelo menos agora, estes novos heróis só vão cortar as cabeças aos cristãos (os terroristas ficam a salvo, ufa!), e impor medidas bem mais duras, em especial às mulheres… Mas quanto a isso, peanuts! Elas só servem é para estar ao fogão, mesmo. Ah… e abrir as pernas por baixo da burka.
Acabou-se também o direito dos gays enrabarem e serem enrabados, mas que importa isso? Para a sodomia temos o Ocidente. Querem apanhar no cu? Não sejam parvos, têm sempre Paris! Uma enrabadela de frente para o Sena é muito mais romântica que virada para um minarete.
Não estraguem é a festa. Hoje é tempo de celebrarmos os novos democratas que devolvem a Síria à Liberdade e à Soberania! Por liberdade, entenda-se nanominimicroliberdadezinha… Pronto, podeis respirar e soltar uma bufa de vez em quando… É isto… Mas é bom, boas bufas… Até podem ser mais que duas a cada 10 minutos e ter cheiro e tudo! No mais de resto, liberdade com algumas limitações, claro… mas, nada de mais.
Vamos apenas assistir a “talibans” fazendo “talibanices”. Tal como no Afeganistão. Os tais “radicais moderados”… (Ahahahaha ….isso existe? ) também vinham trazer liberdade aos afegãos, até eram feministas, queriam lutar pelos direitos das mulheres, lembram-se? E os jornalistas, muito contentinhos, do alto da sua tremendaaaaa, enormeeeee e descomunal imbecilidade, lá iam preenchendo os blocos noticiosos com as barbas fofinhas dos heróis talibãs, em euforia pelas ruas esburacadas de Cabul, enquanto traulitavam o sempre tão pacificador Allahu-akbar!
É isto…hoje o Ocidente, retângulo merdoso onde eu me incluo, celebra a queda de um regime secular que, com pulso de ferro, controlava uma horda de selvagens e a ascensão ao “trono” dessa mesma horda de selvagens. Boa, boa!
Fonte aqui.
Do blogue Estátua de Sal
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