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domingo, 15 de dezembro de 2024

O BOM FASCISTA NÃO SE METE EM POLÍTICA:

Até porque a sua política é o trabalho.
E muito gosta o bom fascista do trabalho. Ao contrário dos outros que "não querem trabalhar", o bom fascista quer trabalhar. E não tem medo do trabalho. A sério, não tem! Consegue aproximar-se do trabalho sem medo - desde que tenha um chicote, uma cadeira e, bem entendido, o trabalho esteja devidamente açaimado e/ou acorrentado à parede.
Se o bom fascista tem um chicote e uma cadeira, e o trabalho estiver devidamente açaimado, o trabalho que se cuide. Com ele não faz farinha!
Quando interrompe o trânsito e os carros de trás começam a buzinar, o bom fascista ruge:
"Estou a trabalhar!"
E quando o não deixam passar, aí é o bom fascista que carrega na buzina, e grita:
"Tira daí essa merda que tenho de ir trabalhar!"
Todavia, por vezes, o bom fascista também gosta de dizer, rindo com gosto, que "o trabalho é bom é para o preto". Isto é, aliás, por definição, o que faz rir o bom fascista: imaginar alguém a ser pisado, maltratado, espezinhado. E a levar porrada no lombo, se refilar, para aprender a da próxima vez ficar quietinho.
O bom fascista, quando ri, ri de cima para baixo.
O que nem sempre é fácil, convenhamos. Sobretudo quando estamos cheios de trabalho.
O bom fascista gosta tanto de trabalhar que, quando não está a trabalhar, finge que está a trabalhar.
(Rui Zink, no "Manual do Bom Fascista")
Por Manuel Azevedo

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