Esta deve ser uma das declarações mais “caladas” desde o início da guerra na Ucrânia. O homem que boicotou o acordo de paz alcançado em Istambul. Já lá vão 1.000.000 de almas
Boris Johnson: “Amigo, sejamos realistas... Estamos a travar uma guerra por procuração! Estamos a travar uma guerra por procuração, mas não estamos a dar aos nossos procuradores a capacidade de fazer o trabalho. E durante anos e anos temos permitido que eles lutem com uma mão atada atrás das costas e isso tem sido cruel. Tem sido cruel e moral..."
É óbvio que ele queria dizer “moralmente errado” no final...
Ainda me lembro do tempo em que sugerir - como John Mearsheimer ou Jeffrey Sachs (ou, mais humildemente, eu próprio) têm feito desde o início - que esta era uma guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia era considerado “propaganda russa”...
Johnson está a dizer que o Ocidente tem sido cruel para com os ucranianos. O que é absolutamente correto, mas não porque apenas “permitimos que lutassem com uma mão atada atrás das costas”, como ele sugere, mas pelo próprio facto de os termos usado como representantes numa guerra que poderia a) ter sido evitada ou, se não fosse isso, b) poderia ter sido encerrada logo no início. Tudo isto resultou em centenas de milhares de baixas ucranianas.
A única posição “pró-Ucrânia” sempre foi e será a daqueles - como Mearsheimer ou Sachs - que sempre chamaram a atenção para a instrumentalização ocidental da Ucrânia. É isso que sempre foi cruel e moralmente errado, e Johnson tem muito a responder a este respeito.
Arnaud Bertrand
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