Na contabilização que Manuel Loff faz num artigo inserido na edição de hoje do Público, onze homens afrodescendentes, ou de etnia cigana, metade menores de idade, foram assassinados por agentes policiais nos últimos anos.
Ao mesmo tempo repetem-se os relatórios da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância a denunciarem essa evidência na cultura dos polícias portugueses e a conivência de que têm beneficiado das autoridades judiciais que, em tribunal, ora os suspende temporariamente de funções, ora os absolve por terem supostamente agido em legítima defesa.
Estes factos contrariam a falácia de Montenegro sobre não existir este tipo de problema no nosso país. Entre outras características nocivas para o exercício do seu cargo, o ainda primeiro-ministro acrescenta a de avestruz, que esconde a cabeça no solo para não olhar para os problemas à volta. E que eles existem, existem mesmo!
Ainda que, nas comentiras televisivas quase ninguém diga o óbvio: numa sociedade em que é tão discrepante a distribuição de rendimentos, e tende a ainda mais agravarem-se as diferenças entre a qualidade de vida de ricos e pobres, abrem-se avenidas para comportamentos bem menos pacíficos do que os dos manifestantes da Vida Justa, que desfilaram este domingo entre o Marquês do Pombal e os Restauradores. Quando se mantém a rédea livre para uma subcultura policial comandada por quem se identifica com os propósitos fascistas do Movimento Zero.
Publicada por jorge rocha
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