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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

O Susto Norte-Coreano:

 (Major-General Raúl Cunha, in Facebook, 29/10/2024)

(Nota do autor: Texto retirado, após traduzido e adaptado, de parte de um artigo visto na net.)


O“susto vermelho” norte-coreano está agora a atingir um nível febril. O que de início parecia mais uma infalível manobra russa, agora parece cada vez mais uma operação ocidental de falsa bandeira para justificar a escalada do conflito: vemos o SG da NATO, Mark Rutte, dar as notícias, e a guerra da perspetiva ocidental assume um tom cada vez mais distorcido e fantástico.

Os repórteres ocidentais parecem saber virtualmente tudo sobre essa implantação de tropas norte-coreanas, incluindo detalhes como por exemplo que essas não são tropas normais da RPDC, mas sim forças especiais muito experientes: Tantas garantias, sem apresentar sequer um mínimo de provas.

É realmente incrível, quando se recua um momento e se considera como o Ocidente vive, cada vez mais, numa construção de total fantasia. Em cada questão global ou momento crítico, os media ocidentais já não demonstram nem sequer os mais básicos escrúpulos; em vez disso, relatam sem pudor as histórias mais fantásticas, sem qualquer confirmação. Por exemplo, sobre o Irão, espera-se que acreditemos que Israel “dizimou” toda a rede de defesa aérea iraniana, inúmeros laboratórios e edifícios importantes, apesar de não exibirem nenhuma prova, a não ser uma única foto de satélite desvanecida, que mostra uma leve descoloração num qualquer lugar — uma prova muito inferior do que aquela obtida, após o ataque muito mais massivo do Irão às bases israelitas.

Na Geórgia, a imprensa ocidental relata com uma descarada autoridade que a eleição foi “roubada”, apesar de não haver qualquer evidência minimamente confiável.

Toda a ordem ocidental, neste momento do seu pânico terminal e lúgubre, desistiu não apenas da verdade, mas de todos e quaisquer valores fundamentais que fizeram da civilização ocidental o que antes era.

Ameaças, mentiras e propaganda, são atiradas de modo irresponsável ou sem uma tentativa de justificação; parece que, no Ocidente, já estamos no momento rápido de singularidade parabólica da era “pós-verdade”.

Assim, tal como a Reserva Federal tem agora de exponenciar os seus ciclos de impressão, apenas para evitar o colapso, também a intelectualidade ocidental e a sua corrupta classe política de apaniguados, devem agora inflacionar ao infinito as suas mentiras descaradas. E isto é apenas uma observação geral sobre o – sem precedentes e agora diariamente testemunhado -, estado das coisas.

Dito isto, e como foi referido, o envolvimento norte-coreano pode muito bem ser até real, pois Putin tem motivos para potencialmente o utilizar como um instrumento de alerta; mas se esse fosse o caso, então provavelmente essas tropas seriam usadas na retaguarda em alguma função de instrução, em vez da função de combate de ataque na linha de frente e que a NATO jura ser iminente, ou mesmo já estar a ocorrer, de acordo com algumas histórias falsas de que as tropas da RPDC já foram vistas ou capturadas.

Tentemos analisar imparcialmente a situação, de ambos os lados. O facto de num artigo do New York Times se alegar, muito convenientemente, que as tropas da RPDC estão a ser alojadas a apenas 30-50 quilómetros da fronteira ucraniana, é muito suspeito: isso acontece simplesmente para criar sinergia com o apelo desesperado da Ucrânia por ataques em território russo. E agora, supostamente, o Pentágono observou que esses tais ataques seriam permitidos se a utilização de tropas da RPDC fosse confirmada. O facto de que tudo isto acontece tão ‘convenientemente’ para reforçar a necessidade de Zelensky querer atacar a Rússia na profundidade, de modo a forçar um confronto NATO-Rússia, é extremamente suspeito.

Mas eu descartaria de imediato toda essa histeria se não fosse devido aos comentários de Putin, que pareceram querer deixar uma porta aberta para a questão norte-coreana; mas também pode ser que ele apenas tenha desejado provocar o Ocidente, ou então alavancar deliberadamente uma ‘estratégia de ambiguidade’ para obrigar ao trabalho dos centros de análise do Ocidente.

Do blogue Estátua de Sal

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