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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Com o assassinato de líderes opositores, Israel conduz o mundo para um “ciclo infernal” de guerras:

 


(Alfredo Jalife-Rahme, in Diálogos do Sul, 06/08/2024, revisão da Estátua)


Sobre as represálias do Hezbollah e do Irão, individualmente ou em conjunto, desconhecem-se o seu alcance e profundidade em Israel, mas podem atingir Telavive, Haifa e, de forma ameaçadora, a central nuclear de Dimona, onde se armazenam as suas mais de 300 bombas atómicas clandestinas (ex-presidente Carter dixit).

Após o apoio do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, a Israel e contra o Hezbollah – fica a dúvida se inclui o Irão –, a marinha dos EUA enviou 12 navios de guerra e o porta-aviões USS Theodore Roosevelt para o Médio Oriente com 4 mil marines a bordo.

Nas guerras, a primeira vítima é a verdade, e os multimédia israelo-anglo-saxões – os mais poderosos do planeta, dedicados a distorcer verdades e a propalar mentiras – propagaram a fake new de que o assassinado líder político palestino Ismail Haniyeh (IH), juntamente com o seu guarda-costas iraniano, foram vítimas de um dispositivo.

Esse tipo de fake news é projetado para semear a dúvida e a discórdia, além de zombar dos serviços de segurança iranianos que já foram infiltrados e corroídos em várias ocasiões, e glorificar a supremacia ciber-tecnológica de Israel como arma dissuasora.

Pós-verdade e mentiras pró-Israel

Na era da pós-verdade e do Netflix, onde a tríade EUA/Grã-Bretanha/Israel tem a grande vantagem de intoxicar o mundo com fábulas falsas engendradas por Hollywood, o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica revelou que o assassinato de IH foi planejado e executado por Israel com o apoio dos EUA e realizado com um projétil de curto alcance e uma ogiva de 7kg.

Existem vários cenários de guerra que variam desde uma guerra de vários frentes, na qual os EUA poderiam intervir diretamente, até outros cenários mais apocalípticos, como os esboçados pelo coronel aposentado Douglas Macgregor – ex-assessor do Pentágono e de Trump –, que sem rodeios declarou que Israel controla os EUA. Já para não falar do Congresso americano cuja maioria de membros bipartidários são generosamente lubrificados pelo AIPAC, o maior lobby israelense nos EUA – tese com a qual concorda John Mearsheimer, um dos maiores geopolíticos do mundo e renomado professor da Universidade de Chicago.

A tese central de Macgregor concentra-se em três pontos:

1. Israel lançaria bombas nucleares táticas contra o Hezbollah, no Sul do Líbano, (ele repete isso, pela segunda vez, num mês);

2. Israel pretende empurrar os EUA para uma guerra para destruir o Irão – ao que se junta o beligerante senador republicano Lindsey Graham, que defende a destruição de centrais nucleares e refinarias do Irão;

3. O perigo da participação da Turquia, membro da NATO! – o Primeiro-ministro turco, Erdogan, afirmou que iria defender os palestinianos em Gaza – e até mesmo do Paquistão (que possui 170 bombas nucleares).

A realidade

A realidade é que Netanyahu voltou mais encorajado do que nunca depois do seu apoteótico discurso diante do Congresso dos EUA. Os assassinatos de líderes – do comandante militar xiita libanês Fuad Shukr, num subúrbio do sul de Beirute, reduto do Hezbollah, e do líder palestino IH: curiosamente, o mais moderado do Hamas, que estava encarregado das negociações com o Qatar, o Egito e a CIA para liberar os reféns israelenses – “assassinaram as esperanças de paz” e encaminharam o Médio Oriente para uma terra incógnita de conflagrações ameaçadoras, suscetíveis de descarrilar e levar a um ciclo infernal de ações e reações que podem culminar num choque entre EUA/NATO contra Rússia e China.

Qual será a reação de Israel, já para não falar da Rússia, que acaba de completar uma troca espetacular de prisioneiros com os EUA, enquanto realiza patrulhas conjuntas com o Irão no mar Cáspio?

Fonte aqui.

Do blogue Estátua de Sal

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