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domingo, 14 de julho de 2024

O atentado mais que previsível:

 (Raphael Machado, in X, 14/07/2024)

Era absolutamente previsível que tentariam matar o Donald Trump esse ano. É plausível que essa seja apenas uma das tentativas que ocorrerão nos próximos meses.

Em casos desse tipo, o culpado mais provável é sempre a CIA, que já possui experiência com assassinato de presidentes estadunidenses (aliás, o próprio Trump insinuou que acreditava que a CIA foi responsável pela morte do Kennedy e já comentou sobre revirar esse assunto quando voltasse à Casa Branca), ou o FBI, que teria interesses específicos na morte do Trump por uma promessa legislativa dele de desmantelar o órgão.

Em situações do tipo é irrelevante se a pessoa que dispara a arma sabe que está trabalhando para uma agência de inteligência. A realidade é que a maioria dos operativos diretos de agências de inteligência nem sabe que é um.

O caso aí nem é do tipo em que o Trump é “inimigo do sistema”, mas um no qual a tensão é tamanha e as apostas são tão altas que a estrutura oculta de poder já não aceita nenhum passo atrás ou tergiversação em seus planos.

Se pensarmos mais adiante, não importa que a tentativa de assassinato não foi bem-sucedida. É previsível que, mesmo fracassada, ela seja um estopim para uma reação violenta de setores radicais do trumpismo; e essa escalada pode ser funcional para o governo federal aumentar as restrições de liberdades políticas.

Bem, não são poucos os analistas que têm cogitado, já há algum tempo, um adiamento por tempo indeterminado das eleições dos EUA, recorrendo-se a algum truque ou medida de emergência por causa de uma “ameaça de terrorismo político”.

Há alguns meses, um relatório conjunto de todas as agências de inteligência dos EUA (analisado por mim), “previa” a proliferação da violência política nas vésperas das eleições presidenciais, e que isso teria que ser enfrentado com firmeza pelo governo federal.

Enfim, de uma perspetiva eleitoral, Donald Trump é genial em capitalizar em cima de tudo que o cerca, de vitórias a derrotas, de avanços a vitimizações. Bem, ele foi um cara que conseguiu viralizar o próprio “mugshot” e que o ressignificou como símbolo de orgulho de “perseguido político”.

Trump alvejado, com rosto ensanguentado, durante um comício político, com a bandeira dos EUA ao fundo, é um símbolo poderoso que ficará gravado no imaginário do seu eleitorado.

Se já era difícil os democratas levarem a sua avante, agora, com esse tiro, mesmo tirando o Biden fora e botando o Barack Obama (para nem falar em Michelle) a vantagem é toda do Homem Laranja, quase “martirizado” pelos “inimigos da América”.

Do blogue Estátua de Sal 

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