O obreiro da chegada de Cavaco a líder do PPD/PSD, na Figueira da Foz, exaltando-lhe virtudes que não tinha, exultou com a sua entrada no Palácio de S. Bento, como PM, e extasiou-se com a viagem preparada ao ‘mísero professor’, em casa de Ricardo Salgado, para Belém. O velho e rancoroso salazarista é criação sua, pouco polida e ilustrada, algo rudimentar, como convém ao brilho do criador.
Quem acha sublime rezar o terço a nadar no mar, impôs a si próprio, como penitência o ato de contrição, na Festa do Avante, antes da primeira candidatura a PR. Agora, com os media a servirem-lhe de câmara de ressonância, sonha com salve-rainhas nas urgências dos Hospitais e abona novenas à Senhora de Fátima pelo gozo que lhe dá ver o País a pensar que é ele que manda no Governo. Não faltará à missa de requiem pelo Serviço Nacional de Saúde quando os seus sequazes o destruírem.
Como estrela pop, as excentricidades são-lhe perdoadas, todos os pecados remidos, todo o passado branqueado. Há de andar por aí a rezar o credo, em latim, com a direita dos negócios a persuadir os eleitores de que é chique, é moderno, é a “Nova Esperança” de mudar o Governo que ele acossa.
Quando a ministra Ana Abrunhosa diz que as ferroadas do PR estão em sintonia com “as nossas preocupações”, não é o membro do órgão de soberania que Marcelo fustiga e chantageia, é o tapete do exibicionista que se oferece para ele pisar.
Em 30 de dezembro de 2020, Marcelo declarou que “Se não fosse a situação complexa faria um comentário mais duro ao Orçamento”, na sua intolerável incontinência verbal e exibicionismo do poder que a CRP lhe nega. Houve gente do PS que votou nele, e a ala liberal continua à espera da sua ajuda para desmantelar o Estado. E o OE/2021 correu bem, sem precisar dos Orçamentos retificativos anuais de Passos Coelho.
"Não se pode no primeiro período crítico [do Governo] usar a bomba atómica", explica o Presidente da República. "Neste momento já basta haver uma mudança de membros do Governo", diz. 30-12-2022. E há no PS quem o ature? É o líder da Oposição.
O País acha normal? Os agnósticos, ateus, céticos, livres-pensadores e crentes de outras religiões acham bem que o PR vá, em seu nome, como afirmou, à excursão fúnebre ao Vaticano, em que vai prestar vassalagem a um Papa defunto aposentado?
Quem não percebe que Marcelo é capaz de ser o que Balsemão lhe chamou?
Carlos Espereança


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