Afonso de Bragança, nascido em Lisboa a 31 de julho de 1865 e falecido em Nápoles, a 21 de fevereiro de 1920, foi um Infante de Portugal, Duque do Porto, Condestável de Portugal e o governador e último vice-rei da Índia Portuguesa. Era o segundo filho do rei Luís I de Portugal, e de sua esposa, a princesa Maria Pia de Saboia e irmão do rei Carlos I.
O investigador Henrique Sequerra traçou-lhe o perfil biográfico na obra “O Príncipe Piloto”.
As peripécias mais ou menos de saia, calça e ceroulas, de ciúmes e traições, de lençóis e paternidades bastardas que aninam os tristes dias da Inglaterra do Brexit, com greves e carências, tendo como protagonistas os elementos de uma família que vive destas animações de bordel e caserna têm agora como animador principal um jovem homem ruivo, já a ficar careca, chamado Harry. Ele é o Arreda inglês. Também é um “Príncipe Piloto”, de helicópteros em vez de carros de bombeiros, mas piloto. E também casou morganaticamente (casamento entre um aristocrata e uma plebeia, que não dá direito à plebeia de utilizar os títulos do marido ou os direitos de sucessão, nem aos seus filhos) com uma americana, Meghan, como o Infante Afonso, o Arreda português que casou com a americana Nevada Hayes, já viúva uma vez e divorciada duas.
Comparando a biografia do Infante Afonso, o “nosso” Arreda, com a saga de Harry, o Arreda inglês, nós ficamos a ganhar por muitos pontos. O nosso arreda era um tipo que se pode dizer porreiro, segundo o seu biógrafo “uma personagem que nunca quis interpretar”, cujo nome completo era, segundo o próprio “soletrado em 27 fatigantes etapas”: Afonso Henriques Maria António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Valfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança.
O Arreda inglês, pelo contrário, parece um ser invejoso, vingativo, ou de mal com a vida, ou com a sorte que lhe coube de ser o segundo, de duvidar da paternidade e que atrai moscas, em vez de as afastar. Ele prefere viver na América onde é uma figura de primeira, que os milionários descendentes da ralé inglesa e de outras partes tratam como uma ave rara, do que viver em Inglaterra entre os seus, que o tratam como mais um da galeria da Royal Family, que é uma espécie de quadro da última ceia que os cristãos têm a ornamentar a sala de jantar.
Uma nota final, também se conta que quando foi da implantação da República, surgiu uma petição para que o nosso Arreda, o infante Afonso pudesse permanecer em Portugal e não ser forçado ao exílio como toda a família real. Também conviveu sempre bem com os amigos, monárquicos e republicanos. Enfim, o nosso Arreda é alguém em quem os portugueses se podem rever como um dos seus. Já os ingleses que aturem o Arreda deles! Uma nota final, o Infante Afonso nunca escreveu bisbilhotices sobre a sua família.
Carlos Matos Gomes



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