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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

O relógio da vida:

Não pára. Ao contrário do da hora . Que mesmo parado acerta na hora duas vezes ao dia.
O da vida está sempre trabalhando.
Ainda na barriga da nossa mãe ela deseja que esse (relógio da vida) caminhe rápido para deixar de sofrer e conhecer o seu "rebento".
Portanto para ela foi tarde esta gestação. Para ele "rebento" foi cedo.
Quando começou a tomar conhecimento da vida viu que o relógio da vida era lento. Tinha ansiedade de "tomar" o mundo. Queria ser activo.
Não ser estático como o era na barriga de sua mãe.
Queria o seu dia de baptizado para ser importante! Ser o "rei" da festa!
Depois está ansioso que ele trabalhe mais rápido para fazer parte da comunidade. O seu primeiro dia no jardim de infância. Depois no ensino primário.
Mesmo assim não se sente satisfeito com o relógio da vida. Anseia se tornar adulto e depois homem. Só que aqui repara que o relógio da vida se torna mais rápido.
Só não percebe que daqui para a frente o relógio da vida é igual ao relógio das horas.
Das zero às doze horas é sempre a subir. Parece que demora mais a percorrer os segundos, minutos e horas.
Ao contrário das treze às zero horas que é sempre a descer. Aqui parece que os minutos não tem sessenta segundos e as horas sessenta minutos. O mês trinta dias e o ano trezentos e sessenta e cinco.
É a partir daí que o relógio da vida devia parar. Deixar que pudéssemos continuar a saborear a vida. Mas não! O relógio da vida também pára.
Para uns mais cedo. Para outros mais tarde.
É a vida

Manuel Pacheco

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