Rádio Freamunde

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sábado, 24 de dezembro de 2022

Ando a ver se o scaner scaneia:

- o computador diz que tenho de ligar um. Que está ligado. Adiante.

Para desanuviar das novas tecnologias (novas para mim) vim ver se a rede da internet funciona e passar os olhos pelo FB. Apanhei uma indigestão de bacalhau. E de boas mesas. Já que estamos na nova era, confesso que prefiro camarões tigre grelhados. Mas cumpra-se a tradição... enquanto a dona Cristina Lagarde não as secar com juros.
A propósito de tradições. Vejo os novos comportamentos e hábitos das classes médias portuguesas com alegria e satisfação. Recordo as velhas tradições do Estado Novo. Andar descalço sobre a lama das vielas das aldeias cobertas de estevas e esterco. Do casqueiro, o pao que dava para uma semana, das sopas de couves feijão com pouco conduto e que eram o prato único, As mesas de madeira mal aparada. O talher reduzido a uma colher e uma navalha para todos. A tradição das s beatas irem para as missas do galo com uma candeia, de xaile e a cheirar a águardente. A tradição das frieiras do frio... A tradição era, comer pouco, era comer o que havia... E isto não é neorealsimo e há 50 anos ainda era assim no interior do país e nos bairros da lata dos subúrbios das cidades. Em 50 anos de regime de liberdade, de independência das colónias (sem as quais, afirmavam os próceres do regime Portugal não sobreviveria) e temos o que se vê, embora se mantenha a pobreza, mas seja reduzida a miséria. Havia a tradição do Natal dos pobrezinhos, do DN! (e eram muitos, como se vê na foto)
A extrema direita quer voltar às velhas tradições de separação de classes sociais, da caridade, utilizando as dificuldades atuais como arma - é altura de pensarmos em dizer chega de demagogia aos Chegas.
Portugal ganhou novas tradições, (que os jovens repórteres das TV julgam serem velhas!), a dos perfumes (franceses e tudo!), a dos chocolates, a nova tradição inclui a do bacalhau (que era minoritária), pelo Natal, e também a do camarão e outros mariscos pelo Ano Novo. Eu sou pelo Camarão Tigre, mas também me satisfaço com o bacalhau. Haja algum calor em casa e boa companhia. Boas Festas.
Boas festas. Com as novas práticas e hábitos... eu sou pela tradição do Camarão Tigre! É uma questão de liberdade: de várias liberdades, a que permite às classes médias chegar a esse petisco, que permite ao mercado português adquiri-lo no estrangeiro, a que permite expressar esse gosto sem outra censura.
Carlos Matos Gomes

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