(Edouard Husson, in Lecourrierdesstrateges, trad. Estátua de Sal, 03/06/2022)

(Este texto é excecional. Escapou-me até uma furtiva lágrima, pela Europa, ao traduzi-lo e publicá-lo. E um sorriso de comiseração pelos “superficiais”. Na verdade, ignorando toda a factualidade histórica que aqui é trazida, como podem opinar com tanta truculência sobre o conflito na Ucrânia e tudo o que envolve? É por isso que digo, no espírito do cristianismo que moldou a Europa: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que dizem.”
Estátua de Sal, 06/06/2022)
A Europa está morta. E já nem se deve gritar “Vive l’Europe!” porque ela não renascerá tão cedo. De fato, a Europa existiu entre os tratados de Vestefália e o final do século XX. E a Rússia foi um elemento importante na sua construção. Porque a Europa não foi uma construção natural: nasceu da vontade dos povos europeus de construir um modo de conviver, de criar, de produzir, de sonhar com um mundo melhor, depois das guerras religiosas terem provocado a eclosão do cristianismo medieval. A Europa nasceu com os tratados de Vestefália, aparentemente foi engolida pelas duas guerras mundiais, mas parecia renascer das cinzas em 1990. Mas, ao fim e ao cabo, acabou por cair em quatro armadilhas: a sua submissão ao modelo americano, o dogmatismo da União Europeia, as guerras da Jugoslávia e, finalmente, a rejeição da Rússia. Réquiem.
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