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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O Paraíso abre depois de amanhã:

O ano que passou foi aquele em que o Paulo Portas e o Marques Mendes se nobilizaram como epidemiologistas.  Foi o ano em que todo o pretendente a 5 minutos de fama perorou sobre vacinas e confinamentos. Foi o ano de vender Covid a pataco, de fazer fortuna de Covid, em que o Covid substituiu o TGV e os fundos estruturais para a economia. 

2021 foi o ano dos vendedores de Covid. Até os que tinham vendido a EDP, com barragens e tudo, os que rebentaram três ou quatro bancos, os que venderam a TAP e os aeroportos, as energias renováveis, as autoestradas sem custos para os utilizadores, as pontes sobre o Tejo, até vigaristas que venderam a banha e a manha que desgraça que causa a endémica pobreza do país é o regabofe do Rendimento Mínimo e que os ciganos ocuparam a Quinta da Marinha, a Foz do Douro e o Bairro da Lapa venderam o Covid.

Chegou a altura de mudar de artigo. No início do próximo ano, os vendedores de Covid até31 de Dezembro vão começar a vender o Paraíso a 1 de Janeiro de 2022.

Até 31 de Janeiro, os vendedores de Covid, tal como os vendedores ambulantes que vendem castanhas no Inverno, gelados no Verão, manjericos no Santo António e alho porro no São João, coiratos em dias de bola vão vender o paraíso nas suas campanhas eleitorais.

Haverá saúde, bilhetes de autocarro, pensões, comboios, música, creches, férias, energias renováveis, aumentos, recursos humanos e de carregar no botão, 5 G na internet, polícias às esquinas, um polo aeronáutico, uma base de lançamento de foguetões, o Porto será capital, o interior será iluminado e terá relva artificial, a semana de trabalho terá 3 dias, os maus serão castigados, os bons serão venerados.

Nas televisões teremos televendas de Paraíso em vez de comentários da bola e os painéis comentadeiros das televisões. A IURD vai tomar conta de nós. Votem bem

No final restam as palavras dos sábios: «O paraíso é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro.» Stephen Hawking

Carlos Matos Gomes

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