
Querer “mudar” corresponde ao grau zero da intencionalidade política. Quando se é catraio e nos iniciamos politicamente ao participar em listas para a associação de estudantes, o meu caso logo aos 13 anos no Padre António Vieira e desde aí até à faculdade inclusive, a única ambição que conseguimos verbalizar é a de “mudar”. Mudar o quê, e porquê, e para quê, não carece de vaga definição sequer. O verbo faz-se início e fim do sentido a embrulhar uma motivação instintiva para conquistar o “poder” – o poder de imaginar ir mudar qualquer coisa, lá está.
Moedas quer mudar Lisboa. Moedas é moderno, portanto. Donde lhe veio essa ideia? Por que raio Lisboa haveria de mudar fosse no que fosse? Ou que desplante é esse de negar à concorrência o mesmíssimo desejo para “mudar Lisboa”? Não é problemática interessante, porém, pois está tudo à mostra. O que ele quer, e consigo a restante direita decadente que ocupa o espaço mediático, é mudar os nomes de quem está no poder. É só nisso em que conseguem pensar, num atrofio político e cívico que se torna não apenas transparente como obsessivo, obcecante, exibicionista.
POR VALUPI
Do blogue Aspirina B
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