O que
ganha eleições autárquicas, como em anos anteriores, é a conquista de mais
câmaras municipais e freguesias. O PS conquistou 148, o PSD, sozinho ou nas
múltiplas coligações em que se envolveu (e aqui vou incluir as câmaras do CDS,
para dar volume à coisa) não chega às 120. Serão 119, se não estou em erro,
menos 29 que o PS. Significa isto, portanto, que o PS mantém o controle sobre a
Associação Nacional de Municípios.
Olhando
para os concelhos mais populosos, notamos que, entre os 20 maiores, o PS
controla 11, o PSD e as suas coligações controlam 6, sendo que as três
restantes são do PCP e dos independentes Rui Moreira e Isaltino Morais. De
pouco adianta acenar com uma vitória em Portalegre, que, sendo capital de
distrito, tem menos população e importância eleitoral que o mais jovem concelho
do país, a Trofa, na ultraperiferia da AM do Porto. Acresce a isto que o PS
mantém a maioria nas AM do Porto e de Lisboa.
Olhando para os distritos, o PS controla-os todos com excepção de Leiria e Guarda, e da Região Autónoma da Madeira. Perdeu Leiria para o PSD, ganhou Aveiro ao PSD e ainda destronou o PCP em Setúbal. Ou seja, controla mais um distrito do que controlava desde 2017.
António Costa, consegue aqui mais uma vitória, apesar da derrota em Lisboa e da perda de algumas autarquias, o que era expectável, após um resultado de 2017, que foi o maior alcançado por um partido em eleições autárquicas. O limite fora atingido, dali só poderia descer. Mas mantém o controle do mapa autárquico, a seis autarquias de uma maioria absoluta de concelhos, e adia a revolução no PSD, que mantém Rui Rio na liderança da oposição, empurra Rangel borda fora, deixa os passistas em suspenso e Costa sem oposição real de uma direita mais preocupada em saber quem manda na própria direita do que em disputar o país com a esquerda.
Reformulando
o que escrevi na noit eleitoral: são todos contra todos e no fim ganha o
António Costa. Melhor só mesmo o Pedro Nuno Santos, que sai reforçadíssimo da
noite de ontem, mas esse deixarei para outra posta.
Do blogue Aventar

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