Ainda tenho na memória, várias recordações, quando tinha os meus dez anos ou menos. Passava constantemente no Largo de S. Francisco, em frente à Capela com o mesmo nome, e na casa em que hoje está instalado o Restaurante de S. Francisco, nessa época, pertença da família Monteiro, via ali à janela, no rés do chão, uma senhora idosa, Dona Elvira, a fumar o seu cigarro. Deve rondar uns sessenta e tal anos.
Era raro ou quase inexistente ver uma pessoa do sexo feminino a fumar. Olhava para esse facto como coisa sobrenatural. Onde se via tal coisa! Para mais numa vila. Pensava para comigo: O fim do mundo está para vir.
Aliás, já se dizia que aos mil chegarás, dos dois não passarás. Tudo tretas.
Com o meu avançar da idade e do tempo comecei a ver muitas senhoras a fumar.
Hoje quase que aposto dobrado contra singelo que há mais pessoas do sexo feminino do que o masculino com esse vício.
Já não fico vislumbrado com a senhora Elvira Monteiro estar a fumar à janela. Até porque os direitos são iguais.
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