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domingo, 28 de junho de 2020

Gosto de gente séria!


Gosto de ciganos, não gosto dos Chegas.
Quanto vou à Feira de Carcavelos, ou da Vândoma, no Porto, os ciganos vendem-me um polo Lacoste ou uns ténis Nike, mas não me querem fazer acreditar que são originais. Os ciganos são sérios, não me enganam. Riem-se. Eu quero fazer um vistaço e eles vendem barato um produto que satisfaz a minha tola vaidade. Discutimos os preços. É também o que se faz com as prostitutas, outra classe de gente séria.
O Chega é uma organização de vigaristas. Querem-me vender produtos contrafeitos por produtos originais. Não ao racismo, e eles são racistas. Não à corrupção, e eles são corruptos, a começar pelo chefe que trafica truques fiscais, acumula atividades públicas e privadas e está associado a mundos de sombras como o do futebol.
Os ciganos, mesmo com os desagradáveis episódios dos acampamentos às portas dos hospitais, defendem o serviço nacional de saúde, o Chega é contra um serviço nacional de saúde e a favor da privatização de todos os serviços públicos.
Os ciganos são a favor de rendimentos mínimos para se poderem integrar na sociedade, balanceando as  suas tradições milenares com a a modernidade, o Chega é a favor dos grandes rendimentos obtidos a partir de grande negócios com o Estado. É o programa do Amorim, lugar tenente na sombra do chefe, colonialista e estadonovista do MDLP/ELP, a versão bombista do donos disto tudo no Estado Novo.  Prefiro os ciganos a quem pago pouco, e as prostitutas que vendem o corpo, do que os Chega que roubam e roubaram muito. Prefiro pobres a quem tento ajudar a sair da pobreza a estafermos que me sugam e ainda me dão lições de moral.
Gosto de gente séria. Um cigano assume-se como um cigano. Como eu me assumo ribatejano. Um negro assume-se como um negro, com origens em África, como eu, pelo lado da minha mãe, com o patronímico Serpa, devo ter raízes no Alentejo. Uma prostituta assume-se. É o que é!
Os Chega donde vêm? Quem os pariu? E onde? O que vendem? E entregam a mercadoria?
Gosto de gente séria. De saber quem são aqueles com quem me cruzo, a quem compro e vendo, com quem trato. Quem são os Chega?
Não gosto de falsos anjinhos. Nem que me façam anjinho! Eu não compro uma Lacoste ao Chega! Mas compro aos ciganos! São ambas contrafeitas, mas os Chega vendem-nas como se fossem originais, são uns vigaristas e os ciganos vendem-me como contrafações para eu me enfeitar, são gente séria.
Carlos Matos Gomes
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