Uso este título para comparar o
que era ser avô e o que é hoje. Quando menino o meu avô por força da vida e da
filharada que tinham as suas filhas – eram cinco – mas uma casou e ele já tinha
falecido. Cada uma das quatro tinha bastantes filhos. Era um de dois em dois
anos. Assim o carinho era repartido por todos.
No que toca a mim as vezes que
convivi com ele sentia-me seguro. Era um homem pequeno e frágil. Mas forte para
a minha protecção. Não durou muitos anos. Naquele tempo era-se velho sendo-se
novo. Julgo que sobreviveu pouco mais dos sessenta anos. Falo deste avô porque
não conheci o meu avô paterno. O meu pai era filho incógnito. Por isso só me
lembrar do meu avô António Pacheco, avô materno.
Hoje a situação é diferente. Tem-se poucos
netos e vive-se mais tempo. Tenho três. Duarte, vai fazer para Julho dezoito
anos. Diogo, faz em Dezembro quinze anos. Por fim Miguel, fez em Abril um ano. Tanto
a Duarte como a Diogo – primos entre ambos – dado ainda estar ao serviço não
pude dar a atenção que ambos mereciam. Foram criados em minha casa uma vez que
seus pais trabalhavam era a minha esposa que fazia de ama deles. Mas nos
momentos de descanso lá os socorria com o meu carinho.
Com o Miguel é diferente. Estou aposentado,
portanto todo o tempo do mundo para brincar e adormecer com ele. É uma jóia de
menino. Um Miguel “tramela” embora a fala ainda esteja atrasada. Mas nota-se a
sua tagarelice. Não sei a quem sai. Mas à mãe é que não.
Agora comparando com o tempo que
posso despender com o Miguel e o que o meu avô podia despender comigo vejo como
o tempo daquela época era-nos padrasto. Como referi naquele tempo aos sessenta
anos era-se velho. Reforma nem a ver. Morria-se a trabalhar. Hoje é totalmente
diferente. Vive-se mais anos e há a reforma. Por isso o tempo despendido ao
Miguel.
Não sou de sair muito de casa. Um
passeio matinal a pé. Mais agora com o confinamento mais me mantenho em casa.
Também para conviver com o Miguel.
Por isso o título. Ganho ou perda
de tempo? Quanto a mim é um ganho que quero que continue.
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