João Lemos Esteves em artigo de opinião, revela muito do que
é Ana Gomes e quais as suas alegadas intenções. Sem papas na língua e vale a
pena ler até ao fim.
O espectáculo montado por Gomes ao deslocar-se à prisão para
entregar um prémio a Rui Pinto, com o aplauso entusiástico de Marisa Matias,
eram sinais mais do que evidentes: Ana Gomes era a preferida da
extrema-esquerda, sucedendo a Marisa Matias como candidata ao Palácio de Belém.
A Ana Gomes é uma política profissional – vive da política,
a sua importância decorre apenas da política e não sabe viver sem política.
E Ana Gomes – com o seu passado maoísta, as amizades aí
feitas, e a sua obediência cega ao PS, embora maquilhada aqui e ali, para além
de contar com a simpatia generalizada da comunicação social – tornou-se uma
espécie de autoridade moral do Reino de Portugal e dos Algarves.
Sucede, porém, que Ana Gomes não pode dar lições de moral a
ninguém. Rigorosamente, ninguém!
Uma coisa é a condenação de toda a corrupção; toda, venha
ela de onde vier. Seja ela praticada por quem for.
A corrupção é um vício que mata – moral e patrimonialmente-
as nações. Que impede a qualidade de vida da generalidade dos cidadãos. Que
impede a concretização de um sistema verdadeiramente meritocrático, em que cada
pessoa pode ascender tão alto quanto o seu carácter e capacidade de trabalho.
Isabel dos Santos tem que responder pelos seus actos, tem
que prestar esclarecimentos perante as autoridades angolanas e o povo angolano.
E esta é a primeira nota que aqui queremos deixar expressa, sem tergiversações:
se Isabel dos Santos roubou o povo angolano, as autoridades angolanas – no
exercício dos seus poderes legais e constitucionais –deverão ser impiedosos na
realização da justiça.
Repetimos: as autoridades angolanas, o povo angolano no
exercício dos seus poderes de soberania. Não jornais, não o “partido de Davos”
(os milionários reunidos na Suíça), não George Soros, nem a sua funcionária
portuguesa Ana Gomes.
Ana Gomes está-se marimbando para Angola ou para o povo
angolano.
Ana Gomes está preocupada com o seu futuro político – e,
segundo apurámos, o Presidente João Lourenço sabe muito bem disso e conhece as
ligações de Ana Gomes à “Open Society” de George Soros.
O que é verdadeiramente impressionante é a forma como a
comunicação social portuguesa está a transformar o caso – que é de polícia e
deve ser resolvido pelos mecanismos próprios do Estado de Direito – de Isabel
dos Santos numa ode colectiva à Ana Gomes.
Ah, finalmente, D. Sebastião voltou de Alcácer Quibir – na
sua versão feminina…Ah, o Messias (a Messias) lusitano finalmente chegou! Ana
Gomes, uma visionária que vê a Verdade antes de todos…
Ah…Deixem-se de tretas! Vamos aos factos e às coincidências.
Primeira coincidência: o canal de Francisco Pinto Balsemão
tem feito de Ana Gomes uma verdadeira estrela, merecendo sempre encómios no
“Expresso” e merecendo longo espaço de comentário aos domingos na SIC Notícias.
Curiosamente, na última edição do “Expresso”, Ana Gomes
merece uma página inteira em que insinua a sua candidatura presidencial,
tentando encostar António Costa à parede. No dia seguinte, é revelada a
reportagem dos “Luanda Leaks”, logo a seguir ao comentário de Luís Marques
Mendes e antes de Ana Gomes intervir. A reportagem foi, pois, meticulosamente
colocada para Ana Gomes brilhar.
Nos dias seguintes, Ana Gomes desdobrou-se em tudo o que é
televisão, jornais e rádios…A SIC – e o “Expresso”, certamente – irão, no
próximo fim de semana, dar o palco à Sherlock Gomes…
Segunda coincidência: este consórcio de jornalistas é
integrado pelo “Expresso” – ora, o grupo Impresa sempre teve (como é público e
notório) um conflito ruidoso com a família Eduardo dos Santos.
Como é sabido, o Presidente Eduardo dos Santos vedou a
entrada de jornalistas do “Expresso” em Angola – o que motivou a oposição,
semana após semana, do “Expresso” e da “SIC” ao então Presidente angolano. Pois
bem, agora, o “Expresso”, depois de a família abandonar o poder, vai atrás dela
para se vingar…tudo bem! Curiosamente, estas informações são divulgadas cerca
de dois meses após uma reunião entre Pinto Balsemão e George Soros, aqui em
Lisboa, na sequência de um encontro secreto na Fundação Calouste Gulbenkian…
Terceira coincidência: uma fonte de Belém confidenciou-nos,
há meses, que o grupo Impresa iria fazer tudo para – no ano que antecede a
eleição presidencial – colocar Marcelo Rebelo de Sousa em cheque.
Porquê? Porque Balsemão ainda não esqueceu o ódio de
estimação que tem por Marcelo.
Estavam apenas à procura de um candidato do sistema, que
fosse controlável, que aproveitasse a onda populista e fosse mediático como
Marcelo.
Ora, este estrelato que estão a dar a Ana Gomes prova que
Balsemão já encontrou o seu candidato – chama-se Ana Gomes. Irá ser levada ao
colo pelo “Expresso” e pela “SIC”…
Quarta coincidência, em jeito de hipocrisia: Ana Gomes diz
ser contra a corrupção, contra a cleptocracia, contra regimes corruptos.
Ora, isto é muito engraçado: onde estava Ana Gomes nos anos
de governação de José Sócrates? A lutar contra a prepotência de Sócrates? A
denunciar o ataque à liberdade de expressão levada a cabo por Sócrates? A
opor-se aos actos muito duvidosos de José Sócrates? Não, nada disso.
Em 2009, Ana Gomes aceitou o convite de José Sócrates para
ser sua candidata ao Parlamento Europeu – e em 2011, quando José Sócrates já
estava no seu momento final político, Ana Gomes apelava à…maioria absoluta de
Sócrates!!! Esta é a mesma Ana Gomes que agora nos é apresentada como o
pináculo da criação, o zénite da autoridade moral? Estão a brincar connosco?
É que criticar a corrupção de outros países não é coragem; é
constatação.
Coragem, isso sim, é combater a corrupção daqueles que nos
oferecem cargos, que permitem que sejamos eleitos para certos cargos em
Bruxelas, da qual a nossa carreira política depende…
E coragem, minha caríssima Ana Gomes, para lutar contra a
corrupção do seu partido, não teve. Preferiu fazer campanha, ir para os
benefícios e os luxos que só a carreira política de Bruxelas oferece,
remeter-se ao silêncio sobre o PS…e apelar à maioria absoluta de Sócrates! E
agora Ana Gomes vem pregar moralidade? Por amor de Deus…
Quinta coincidência, em jeito de cinismo vergonhoso: Ana
Gomes vem – e bem! – denunciar a corrupção de alguns políticos angolanos e seus
familiares, incluindo Isabel dos Santos.
Todavia, o que disse Ana Gomes sobre a corrupção, o
totalitarismo e o autoritarismo na China? Nada. O que disse Ana Gomes sobre a
corrupção assassina do Governo de Nicolás Maduro na Venezuela? Primeiro,
elogiou, depois calou-se – e, finalmente, fez umas criticazinhas muito suaves
ao regime corrupto e assassino da Venezuela.
Mais: Ana Gomes é uma das figuras políticas europeias
favoritas de alguns grupos terroristas, como o BDS, o nefasto e odioso
movimento Boicote, Desenvolvimento e Sanções (que, aliás, começa a ser proibido
em vários países europeus).
Pois bem, a nossa Ana Gomes é muito amiga de Omar Barghotti,
o líder do movimento que apela à destruição de Israel.
Na verdade, a nossa Sherlock Gomes, excitada pela presença
do terrorista Barghotti, afirmou mesmo que os judeus são “lobbystas perversos”.
Joseph Goebbels ou os terroristas assassinos do regime iraniano dos Ayatollahs
aplaudiriam Ana Gomes com entusiasmo…
E é esta senhora que vai pregar moralidade para quem quer
que seja? É esta a senhora que a esquerda quer como sua candidata presidencial?
Tenham piedade das portuguesas e dos portugueses!
Sexta coincidência, esta sim, perversa: Ana Gomes, num
evento qualquer, terá dito que a União Europeia deve intervir no processo
eleitoral norte-americano, tomando todos os actos para evitar que o Presidente
Donald Trump seja reeleito.
Ou seja: a hipocrisia de Ana Gomes é tanta que se arroga no
direito de apelar àquilo que ela como eruoedeputada criticou – a interferência
externa em actos eleitorais nacionais, neste caso, da maior democracia do
mundo.

Sem comentários:
Enviar um comentário