Nestes últimos dias o «Público»
tem-se juntado à estratégia da extrema-direita em torno do inqualificável juiz
Carlos Alexandre querendo forçar António Costa a comparecer presencialmente em
tribunal para dar testemunho do que sabe ou não sobre a Operação Tancos.
O amigo de Marcelo com poiso
certo na última página do jornal - João Miguel Tavares - já aí lavrou odiosa
diatribe, bem à medida da agenda política para que concorre (quererá vir a ser
deputado do Chega de braço dado com o referido juiz?) e hoje acompanha-o o
editorialista Amílcar Correia embora com prosa menos alarve.
Todos sabemos da intenção
peregrina dos magistrados em ganharem superior relevância em relação aos outros
dois poderes constitucionalmente consagrados, o legislativo e o executivo.
Proclamaram-no em alto e bom som num nunca por demais lembrado Congresso onde
tiveram o alto patrocínio dos bancos, cujos responsáveis se têm eximido de
punir, não tendo conhecido a merecida penalização das grades carcerais, ou aí
passando uma brevíssima temporada.
O que Carlos Alexandre
pretenderia era a afirmação simbólica dessa superioridade judicial sobre o
poder político, ganhando assim uma espécie de imagem impoluta como julga ter
sido a do nefando Sérgio Moro antes deste ser merecidamente desmascarado pelas
gravações entretanto vindas a público. Se para as eleições anteriores ainda
terá estado em equação a sua candidatura a deputado pelo grupúsculo de Paulo
Morais, a expetativa de se ver achincalhado pelo voto dos eleitores, como se
verificou com o já esquecido Pardal Henriques, podemos conjeturar que esperará
por oportunidade mais risonha, assim o pasquim da Cofina o continue a levar nas
palminhas.
O que o Conselho de Estado
decidiu faz todo o sentido: subscrever a intenção de António Costa em prestar
testemunho por escrito tal qual a lei lhe possibilita perante as Comissões de
Inquérito parlamentares. Ir mais além do que isso seria premiar quem,
criminosamente quer subverter a ordem constitucional dando provimento á
ilegítima intenção dos magistrados.
Definitivamente não poderemos
aceitar que surjam fotografias mais ou menos trabalhadas por Photoshop em que
um feroz Carlos Alexandre pareça crescer para um intimidado primeiro-ministro.
Essa hipótese constituiria mais uma peça de propaganda para a extrema-direita
que se anda a atiçar a multiplica-las no desejo de alcançar os seus fins. Ora a
maioria dos portugueses continua por certo a defender que fascismo nunca mais.
Do blogue Ventos Semeados
Publicada por jorge rocha

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