Recriação da fuga da cadeia do Forte de Peniche de Álvaro Cunhal pela Escola Profissional de Teatro de Cascais e do Núcleo de Espeleologia de Óbidos.© Jorge Amaral/Global Imagens
Foi há 60 anos. No dia 3 de
janeiro de 1960, Álvaro Cunhal e nove camaradas de cárcere, que ficaram
conhecidos como os Dez de Peniche, fugiam da prisão de alta segurança de
Peniche numa das mais espetaculares e marcantes ações de resistência ao regime
do Estado Novo.
Além de Cunhal, os outros presos,
todos militantes do PCP, eram Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra,
Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de
Carvalho e Francisco Martins Rodrigues. O sinal para o início do plano de fuga
foi dado pelo ator Rogério Paulo, já falecido, que parou um carro com o
porta-bagagens aberto em frente ao forte. Era o sinal aguardado pelos presos.
No interior da prisão o grupo
contava com um cúmplice, o guarda prisional José Alves. Os presos desceram um a
um, por uma corda, as paredes da muralha. Depois, no fosso exterior, ainda
saltaram um muro. Quando chegaram à vila havia três automóveis para os tirar
dali. Esta fuga "só foi possível graças a um planeamento muito rigoroso e
uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão", como se
pode ler na inscrição oficial colocada no forte.
Do interior a comissão de fuga
era composta por Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Joaquim Gomes. No exterior,
organizaram a fuga Pires Jorge e Dias Lourenço, com a ajuda de Otávio Pato, Rui
Perdigão e Rogério Paulo.
Fortaleza de Peniche é hoje um museu.© Rui Miguel Pedrosa/Global Imagens
O PCP vai assinalar a efeméride.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, participa no sábado nas
comemorações dos 60 anos da fuga do ex-líder comunista Álvaro Cunhal.
A evocação da data, intitulada
"Fuga Rumo à Vitória", tem início pelas 15.00 com uma visita guiada
aos pontos fulcrais da fuga na fortaleza de Peniche. Pelas 17.00, Jerónimo de
Sousa, que em 2014 assistiu em Peniche à recriação da fuga por ocasião do
centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, participa agora na sessão solene
evocativa dos 60 anos da fuga, no auditório do Edifício Cultural da Câmara
Municipal de Peniche.
Quando aconteceu, a fuga teve
repercussões nos principais órgãos de comunicação social a nível mundial,
abalou o regime de Salazar, que tudo fez para capturar os fugitivos, tendo
aumentado a repressão e elevado a segurança dentro das cadeias.
Do DN
Do DN


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