1. Esta foi a semana em que houve
algum alarme público sobre o índice da mortalidade materna nestes últimos anos
explicada pela idade mais tardia a que as mulheres têm filhos ou nelas existirem desaconselháveis quadros
clínicos - mormente oncológicos - em que o pior acaba por acontecer.
O que quase ninguém abordou foi
outra conclusão retirada do mesmo Relatório da Direção Geral da Saúde: os casos
em que a mãe morre devido às complicações inerentes ao parto são 4,5 vezes
superior nos hospitais privados comparativamente com os hospitais públicos. Ou
seja enquanto o risco nestes últimos é de 12,4 por cada 100 mil partos,
naqueles essa probabilidade sobe para 56,6. E nem sequer se leva em conta que
são frequentes as transferências de parturientes em dificuldades dos hospitais
privados para os públicos, reconhecidamente mais preparados para lidarem com os
casos mais complicados.
2. Estão entretanto conhecidos os
candidatos à liderança do CDS no próximo Congresso e todos coincidem numa
viragem ainda mais à direita de um partido, que não justifica o Centro do seu
nome original, porque está bastante mais próximo da agenda da extrema-direita.
Nuno Melo, cujas simpatias pelo Vox espanhol foram plenamente assumidas, poderá
sentir-se mais confortado com uma liderança com ele coincidente nas opiniões
ultraconservadoras.
Quem olha para essa circunstância
a partir de fora, o grupúsculo mais próximo da condição de partido na
Assembleia da República, nada parece ter aprendido com os vizinhos aqui do
lado: foi precisamente quando se quis aproximar do Vox, que o PP de Pablo
Casado conheceu queda significativa nos apoios do eleitorado. Por este andar e
a repetir-se a regra, o táxi tenderá a ter lugares a mais para os deputados
futuramente eleitos por esta entidade política à beira da extinção..
3. Um dos ministros que mais
aprecio no atual elenco governativo é o do Ambiente e da Transição
Energética. Agora, sem se deixar
intimidar por quantos procuram obstar à exploração de um dos mais prometedores
recursos naturais do país - o lítio - Matos Fernandes anunciou para breve esse
início de atividade ao mesmo tempo que já traçou as linhas vermelhas para a
negociata preparada pela EDP com a venda de seis das barragens do Nordeste do
país.
Demonstrando a prioridade
conferida à defesa dos interesses do país, fez depender a aprovação dessa
pretensão com o obrigatório registo fiscal dos compradores no nosso país,
garantindo-se as receitas que eles deverão propiciar aos cofres do Estado. E
assim se governa de acordo com o que deve ser o interesse público.
Publicada por jorge rocha
Do blogue Ventos Semeados

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