Estava o pobre senhor a tentar dar cor aos sovacos, depois de se ter
besuntado dos pés à cabeça com um daqueles bronzeadores com cheiro a crude,
enquanto a Dona maria enterrava a melancia à beira-mar, para que estivesse
fresquinha na hora da bucha, quando o telefone tocou. Depois de o segurança se
certificar de que não estaria a ser escutado a partir da conhecida casa da
Fava, no Bairro dos artistas, atendeu.
Do outro lado o traste de Massamá lamentava-se: “Sô professor, estou à
rasca, os suicidas não se suicidaram, nem tentaram para ficarem com um
arranhão. Os misseis de Tancos ainda não foram usados num ataque terrorista e
até a merda da chuva me deu cabo do ganha pão dos incêndios, ainda mandei uns
pirralhos da J atear uns fogos mas eles estavam na universidade de Castelo de
Vide.”
“Depois de me teres deixado teso e sem dinheiro para as despesas que eu
não te devia ajudar” respondeu o professor. Mas está bem, queres que eu vá a
Castelo de Vide fazer um daqueles discursos que arrasa a esquerda e dá cabo do
Marcelo, conta comigo”. A crer na comunicação a quem este Júpiter algarvio não
liga nenhuma, levantou-se às seis da manhã e lá foi a caminho de Castelo de
Vide, onde uma sala cheia de futuros visitantes do hospital de Zhang Zhou. da
Huawei, aguardavam o “avô Cantigas” do PSD.
O homem surpreendeu, não falou de economia, nem lhes explicou como é
que alguém sem grandes qualidades absolutas conseguiu duas maiorias absolutas e
dois mandatos presidenciais. Em vez disso explicou-lhes que o Macron o copiava e graças a isso ficou com a alcunha
do Presidente Júpiter. Uma injustiça, se o Macron o estava a imitar o
Presidente Júpiter deveria ser o franciú. Na melhor das hipóteses o Macron
deveria ser um príncipe de um dos 69 satélites de Júpiter, um bonito número como
em certo dia disse o Mota Amaral. Afinal a nossa pequenez levou Cavaco a ser
promovido a satélite, se não fossem os outros a piar dir-se-ia que ele seria um
Sputnik que de vez em quando aparece a fazer bip-bip. Digamos que se Macron é o Presidente Júpiter,
o nosso Cavaco é o príncipe Métis, o primeiro satélite do Macrón.
Foi bordoada até ferver a começar nos perigosos ministros da
Geringonça, a que ele próprio foi obrigado a dar posse depois de terem
prometido que nunca comeriam meninos, alguém lhe disse que andam a conspirar
contra a nação, promovendo uma revolução socialista, até já andam a tirar as
medidas ao Costa para lhe vestirem a farda de marechal bolivariano. Essa gente
nunca mais aprende que as ideologias são perigosas, não percebem que o futuro
do país está em pensar como o Cavaco e ir á missa todos os domingos.
Nem o Marcelo escapou à bordoada, se ele pensa que é melhor do que o
príncipe Métis está enganado, porque os presidentes não se medem em sorrisos,
selfies, beijocas e likes, um presidente quer-se austero, reservado, com cara
de pau e a mandar queixas para o MP sempre que o ofendam. Presidente a sério
ouve vaias, não manda orçamentos para o constitucional, mostra cara de pau e
faz tudo o que o primeiro-ministro manda.
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