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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Quem tem medo compra um cão:

(Por Estátua de Sal, 29/06/2017)
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Estive a ver a Quadratura do Círculo e fiquei um pouco perplexo. Foram todos atrás do Lobo (o Xavier) – talvez por o assunto ser o fogo de Pedrogão e é normal ser nas florestas que se perseguem os lobos -, e só o Jorge Coelho conseguiu, em parte, deixar de morder o isco.
Xavier, está muito preocupado. Diz que a gestão da crise pelo governo de António Costa é deplorável, e a sua preocupação e a grande questão que lançou para o debate, para provar a ineficácia do governo foi esta: Podem as pessoas estar seguras daqui para a frente? Sentem-se as pessoas seguras, em função da actuação do governo?
Ora, esta pergunta é um malabarismo de publicitário rasca, mas todos os intervenientes lhe deram corda. Vejamos.
Onde é que existe um governo que possa dar segurança aos cidadãos perante um terramoto, um tsunami, um incêndio ou uma outra catástrofe natural de grandes dimensões?! Esta análise parte do princípio que a Natureza é perfeitamente domesticável pelas acções da governação e pretende passar a ideia de que os malefícios decorrentes das catástrofes são todos imputáveis à acção humana, nomeadamente à acção (ou inacção) dos governantes. Se a PAF fosse governo, o Xavier diria que a Natureza é inclemente, onde se viu um governo conseguir domesticar furacões, que com o vento não se brinca, e que fogos a somar a ventos em fortes rajadas são ainda muito menos domáveis e controláveis.
O senso comum sabe isso. Que perante um acidente grave, uma intempérie, não pode estar à espera que seja o governo a servir-lhe de para-raios. Logo, nesse sentido, ninguém se pode sentir seguro e, por isso, a pergunta do Xavier, não tem qualquer cabimento nem utilidade.
A não ser a utilidade que a direita retira de tentar semear a intranquilidade tirando benefícios políticos da tragédia, quais hienas prontas a refastelar-se num festim à custa dos cadáveres das vítimas.  De tal forma que, para Xavier, a actuação de Passos Coelho, usando a notícia de suicídios como forma de combate político, é perfeitamente aceitável, só pecando por a notícia ser falsa. Conclusão: foi execrável Passos, mas ficámos a saber que Xavier não lhe fica atrás.
Deveria usar um adjectivo mais forte para qualificar tais actos, mas limito-me a qualificar este “folhetim” do Xavier como ridículo. Tão ridículo que ele deve julgar que os cidadãos quando acordam de manhã, a primeira pergunta que fazem a si próprios é : Vejamos, sinto-me seguro? Sinto-me mais seguro hoje do que ontem?
E nós já sabemos qual a resposta que o cidadão Xavier dá a si próprio. Desde que o PS é governo com o apoio da esquerda, sente-se muito mais inseguro. Mas de certeza que não é por receio que António Costa não saiba apagar fogos. Deve ser mais por sentir a falta na governação da protecção da mão amiga do seu correlegionário, Pires de Lima, o ministro Super Bock.

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