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quinta-feira, 11 de maio de 2017

QUE SURREAL OPOSIÇÃO!

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O “Surreal”, neste caso, corresponde a algo que se sente ser estranho, da ordem do absurdo e que dificilmente poderemos, mesmo com toda a nossa boa vontade, classificar como realidade.
Vem isto a propósito do debate quinzenal hoje ocorrido na Assembleia da República. O tema central era o “Emprego” e a sua evolução.
O Primeiro Ministro lá falou dos últimos números, da evolução recente, do impacto que isso tem na Economia real e coisas mais e, como é norma, segue-se a interpelação do líder da Oposição, para rebater, para contestar, para concordar ou então para dizer “mas”…
Estava eu a seguir em directo (agora tenho algum tempo pois sou reformado!) e quem apareceu a liderar a oposição? O Montenegro! E pensei logo (e escrevo como penso), “cadê” o outro? Sim, o que é suposto ser? Não o via ou a TV não mo mostrava…Estaria lá? Mas, afinal, estava! Delegou, portanto! Ou “encolheu-se”, para não dizer coisa melhor!
Em seu lugar, enquanto ele estava afundado na sua toca, pois não o via, surgiu aquela “sirigaita”, de pé, como elas se põem para observar em redor, de nariz empinado e orelhas encolhidas, com um espaço sobre labial pronunciado que lhe ofusca a boca, a perorar sobre as virtualidades do anterior governo (sem o qual não haveria este, é claro) que, pasme-se, criou as condições para que o emprego neste cresça e mais, que no seu a criação de emprego foi ainda maior…
Daí o “surreal”! Quer dizer: quando entraram para o governo, em  2011, o desemprego estava na ordem dos 8%, por exemplo, nos primeiros anos do seu governo subiu para 17% e, depois, com os dados que sempre soubemos (emigração, fuga, cortes nos subsídios e implemento de “emprego” fictício através de programas sazonais de cursos subsidiados pelo IEFP), conseguiram descê-lo para os cerca de 12%, para ser benévolo! Criação líquida de emprego? Próximo do zero…
E, perante a anunciada, e confirmada pelo INE, baixa do Desemprego para a volta dos 10%, em apenas um ano, perante a criação líquida, neste mesmo período, de 153 mil postos de trabalho, perante o evidente aumento da confiança dos agentes económicos e perante todos os dados disponíveis, de quem vem falar o “sirigaita”? Da estabilidade da Segurança Social! E porquê? Porque o Ministro Vieira da Silva, o autor da anterior reforma, afirmou que, perante a factualidade, o quadro social em que se vive e o que se adivinha, de um ponto de vista de normal antecipação, nos devemos precaver para um futuro que, daqui a doze ou quinze anos, a não se fazer nada, será complicado…
E então foi aí que eu descortinei (por que a TV mo mostrou) que, afinal, o “laparoto” estava lá! E mais, vi-o a rir-se! Donde pensei com os meus botões: só pode ser do “serigaita”, aquele Monte de Negro, que mandou para a liça!
Agora faço aqui um parêntesis para explicar o “laparoto”! “Láparo” já sabemos o que é, e não é invenção minha pois há aí um Blog que se farta de, com propriedade, o apelidar por aquilo que realmente ele é: um láparo! Eu, até agora, o máximo onde consegui chegar foi chamar-lhe  de “Rabbit”,  num texto que publiquei. Mas é um “láparo”, disso não tenhamos dúvidas…
Mas eu, que durante vários anos vivi no Alto Minho, mais propriamente em Paredes de Coura, sei que lá o termo “laparoto” era bem comum! E que queria tal palavra significar? Nada mais que “ espertalhão”, “palerma”, “tonto”, “pobre diabo”…etc! “Lapin”, em Francês!
Portanto, o “laparoto”, espertalhão, passou a bola e mandou avançar o “serigaita”! Que afirmou esta coisa extraordinária: Agora há mais pessoas a receber o salário mínimo”! Música para os ouvidos do Costa, está-se mesmo a ver, que lhe ripostou: Pois bem, há mais pessoas a receber um Salário Mínimo que já aumentou duas vezes e ainda, até ao fim da legislatura, vai aumentar mais duas. E há mais emprego com os empregados, apesar de tudo, a receberem mais do que V.Exªs queriam e diziam ser fatal para a Economia….
Música celestial, portanto, como a questão da Segurança Social! Primeiro Costa disse-lhe aquela fatal frase que foi: “ Não podemos fazer num dia o que vocês destruíram em quatro anos!”. E quando a “serigaita”, agora já com o “laparote” ao lado rindo-se, não consigo saber do quê, mas continuo a presumir ser da figurinha do Monte Negro ao seu lado, disso falou, levou com o inevitável: “ Então quem é que dizia que ia cortar 600 milhões nas Reformas?”
Ficção, disse o “serigaita”, com a “laparoto” ao lado, agora visível, com os seus pronunciados lábios cerrados.
Até que se deu a apoteose final, qual girândola, as “Reservas” e “Provisões” do Banco de Portugal… “Francamente” disse Costa: pensava-o mais preparado! E a Catarina, feita especialista, aproveitou e fez-lhe um desenho!
Mas, entretanto, a Cristas apareceu com uns quadros dizendo, prometendo ou exigindo mais Vinte (20!) estações do Metro para Lisboa! O Costa mostrou-lhe uma fotografia, no seu telemóvel, de há um ano e… ela, o “serigaita” e o “laparoto” ficaram para segundo plano…
Se fosse eu onde é que me meteria? Na toca! E não mais de lá sairia!
Que pobreza, My God!
(Joaquim Vassalo Abreu, 10/05/2017)
No blogue (Estátua de Sal)

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