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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Denuncia um “blogger socrático” e ganha uma assinatura do Observador:

António Peixoto terá recebido mais de 76 mil euros para alimentar um blogue que atacava os adversários de José Sócrates. Não terá sido o único blogger a ser pago para elogiar a obra do ex-1.º ministro [subtítulo]
O Ministério Público (MP) suspeita que Carlos Santos Silva terá ordenado, em nome de José Sócrates, o pagamento de remunerações a diversos bloggers para atacarem os adversários políticos do ex-primeiro-ministro e elogiarem as reformas dos seus governos. [1º parágrafo]
Até ao momento, não foram encontrados indícios de pagamentos a outros bloggers. [frase perdida, talvez uma nota deixada esquecida pelo autor]
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Creio ser nosso dever ajudar o Ministério Público, ou que seja só o Observador, nessa caça aos “bloggers socráticos”. Trata-se de uma urgente e fulcral investigação, tendo em conta tudo o que os “bloggers socráticos” têm feito ao longo dos anos e em tantas dimensões da nossa vida política, económica, social, cultural e até desportiva (é investigarem, senhores, é investigarem que apanharão qualquer ruindade e/ou violação da lei inclusive em desportos amadores). Os “bloggers socráticos” influenciaram decisivamente vários actos eleitorais graças às suas coisas, aquelas coisas que os “bloggers socráticos” fazem. Há até quem defenda que a lentidão da Justiça em Portugal e a falta de recursos nas polícias só pode ser obra dos “bloggers socráticos”. Como? Eis algo que devia ser investigado, precisamente porque ninguém parece fazer ideia. Outra actividade muito nefasta dos “bloggers socráticos” consiste na concorrência desleal com os órgãos de comunicação social sem socráticos de qualquer espécie e feitio. Isso tem levado a uma crescente depauperação dos títulos e canais disponíveis, a um ponto em que é hoje voz corrente entre taxistas e pedreiros que para um gajo conseguir estar bem informado sobre o que realmente importa já só resta a leitura diária das capas do CM. E se os “bloggers socráticos” arranjarem maneira de acabar com esse último reduto da liberdade de expressão e do código deontológico dos jornalistas, que restará? Sim, continuaríamos com os textos do José António Saraiva, mas desconfio que não chegaria para fazer frente aos “bloggers socráticos”.

Felizmente, existem em Portugal especialistas na detecção e extermínio de “bloggers socráticos”. O mais poderoso entre eles é o Pacheco Pereira. Tem obra feita e pública a respeito, serviço que cobra a preço de tabela. Outra grande figura é o Paulo Pinto Mascarenhas, igualmente com vasto currículo na matéria. Em 2010, este cromo conseguiu apanhar um “blogger socrático” que colocou em exposição numa espectacular parangona do jornal i. Foi um grande triunfo que serve de exemplo ao Ministério Público. E a terceira é o Fernando Moreira de Sá, o celebérrimo “nota vinte na Galiza”, que é um reputado investigador académico sobre todas as formas de “socratizar” um país a partir dos blogues. Este amigo sabe do que fala, ou não falasse do que fez. E se fez, olá. De acordo com o que partilhou publicamente, Passos deve-lhe a vitória nas eleições de 2011 e cenas assim. Para além disso, ele garante saber tudo o que há para saber sobre “bloggers socráticos”. Ministério Público, se estás a ler isto (e estás, né? pois…), saca o telefone do Nando e encham a ramona sem demora. Temos de apanhar essa malandragem antes que o papa aterre na Portela (é só para prevenir, prontos, porque eles são diabólicos).
 POR VALUPI em aspirina b

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